Vem aí a Mostra de Orquídeas de Verão, a ter lugar no Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre os dias 23 e 25 do corrente mês. As portas estarão abertas das 8:00h às 17:00h.
A Mostra, organizada pela Curadoria do Orquidário/Coordenação de Coleções Vivas do Jardim Botânico, prevê, dentre outras atrações: visitas guiadas, minicursos e palestras sobre o cultivo de orquídeas. No local, estará funcionando uma feirinha de plantas, livros e insumos. Diariamente, será sorteada uma planta entre os 100 primeiros visitantes na parte da manhã.
O calendário orquidófilo de fevereiro também assinala a realização da 20ª Exposição de Orquídeas de Itaguara, marcada para os dias 23, 24 e 25, em Itaguara, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Minas Gerais). Na ocasião, será aberto o Salão da Cattleya bicolor. A visitação se inicia às 20:00h, após apresentação da Banda Nossa Senhora das Dores.
Realização – Associação Orquidófila de Itaguara.
Local – Ginásio Poliesportivo, na Rua Mário Lima, 141, ao lado do Salão Paroquial. A entrada é franca.
Outro agendamento em Minas Gerais é a 19ª Mostra de Orquídeas da Região dos Inconfidentes, que se realizará na cidade de Mariana, nos dias 16 e 17 de março. No sábado (16), o horário de visitação se estenderá das 9:00h às 18:00h; no domingo (17), a Mostra poderá ser visitada a partir das 9:00h, encerrando-se às 16:00h.
Realização – Associação Orquidófila da Região dos Inconfidentes, ASSORI (Instagram: @assori.orquideas)
Local – Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da UFOP, na Rua do Catete, 166. Entrada franca.
Em 2023, a floração da Cattleya labiata Lindl. apresentou um padrão atípico, de acordo com a estatística realizada, desde 2007, pelo Prof. Ítalo Gurgel, em seu “Orquidário da Ilha Manôra”, no município do Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. O levantamento é dos mais criteriosos, espelhando todas as florações ocorridas, durante o ano, naquela coleção. No início de 2023, havia ali 175 touceiras de labiata, 90% das quais adultas. Ao encerrar-se o ano, esse total se reduzia a 160 plantas, uma vez que o pesquisador vem procurando diminuir, pouco a pouco, o número de exemplares.
O Prof. Ítalo alerta que os dados dizem respeito a um orquidário específico. Ele admite que se a estatística fosse feita em outras instalações – até na mesma região – os resultados provavelmente iriam divergir, uma vez que cada orquidário possui diferenças de umidade, luminosidade, ventilação e, acima de tudo, de tratos culturais, fatores que influenciam na floração. De todo modo, o caráter confiável do levantamento, que é feito há 16 anos, ininterruptamente, o transforma em uma contribuição válida para os estudos sobre a C. labiata, considerada por muitos a mais bela orquídea brasileira e a que melhor representa o Nordeste.
Uma constatação presente em todos os levantamentos é que a labiata floresce, absolutamente, todos os meses do ano – pelo menos, no “Orquidário da Ilha Manôra”. O padrão sempre repetido mostra que o ano começa com a floração em alta. O primeiro trimestre se apresenta como o mais florífero, seguindo-se três meses de queda contínua. Na metade do ano, a flor se torna mais rara (mas não deixa de aparecer). O terceiro e quarto trimestres são de contínua elevação no número de flores, observando-se, em dezembro, que um novo ciclo já está em curso.
O que tornou atípico o ano de 2023, segundo Ítalo Gurgel, foi o elevado desempenho do último trimestre, especialmente do mês de outubro, que fez essa quadra rivalizar com os meses de janeiro, fevereiro e março, que sempre se revelam como os mais floríferos. Ao comprovar que a C. labiata está presente o ano inteiro na “Ilha Manôra”, o Professor detalha as condições climáticas do local onde está orquidário: o município do Eusébio fica na zona costeira do Ceará, com pluviometria média de 1.532mm ao ano. A época chuvosa ocorre de janeiro a junho; o segundo semestre é de muito sol e calor, amenizado pela brisa do mar (a praia está a 15km). Ao longo do ano, em geral, a temperatura varia de 24°C a 32°C, sendo raramente inferior a 22°C ou superior a 32°C.
A grande maioria das labiatas do Professor está fixada em estacas da madeira “sabiá” (Mimosa caesalpiniifolia), conhecida em outras regiões como “sansão do campo”. Todas ficam penduradas em varais. O orquidário é coberto e envolvido, nos quatro lados, por tela de 70% de sombreamento. A adubação é semanal, com “Nutriorqui”, e as regas são feitas diariamente, com o esguicho de mangueira. Nos dias mais quentes, isso é feito duas vezes. Registre-se que a maioria das touceiras incluídas neste levantamento costuma florir mais de uma vez por ano, embora haja algumas que passam um ano ou mais sem lançar flores. Italo Gurgel lembra que, em 2023, seu exemplar #64 (C. labiata tipo ‘Pacoti’), originário da região serrana cearense, lançou novas hastes florais em quatro meses seguidos: janeiro (4 flores), fevereiro (5), março (4) e abril (3), brindando-o, no quadrimestre, com 16 flores. Já o exemplar #34, outra labiata tipo, enviada do Rio Grande do Sul por um amigo do colecionador, floriu seis vezes ao longo do ano, fechando dezembro com uma haste de quatro flores.
Vem aí a 42ª Mostra de Orquídeas de Pernambuco, agendada para os dias 20, 21 e 22 de outubro, no Recife. A abertura acontecerá às 19h da sexta-feira, 20, na sede da Associação Orquidófila de Pernambuco (ASSOPE), na Rua dos Palmares, 831, bairro de Santo Amaro.
Durante todo o fim de semana, haverá, no local, exposição e venda de orquídeas (a cargo do K&S Orquídeas), palestras, oficinas e rodas de conversa inspiradas em temas como o cultivo de vandas, cultivo em apartamento, reenvase de plantas e cultivo de rosas do deserto. A Mostra, com entrada grátis, será encerrada às 18h do domingo, seguindo-se a entrega de premiações.
Entre os dias 18 e 20 de dezembro de 1987, a Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) organizou em Fortaleza dois eventos paralelos – o 1º Encontro Cearense de Orquidófilos e a 8ª Exposição de Orquídeas do Ceará. A Associação (então chamada de Sociedade) lançou, no Encontro, uma publicação reunindo importantes artigos científicos que contemplavam temas fundamentais para o melhor conhecimento das orquidáceas, em especial aquelas que ocorrem no Ceará.
O que se segue é uma amostra desse material: um trecho de ensaio do engenheiro agrônomo Luiz Wilson Lima Verde, especializado em Fitotecnia pela Universidade Federal do Ceará, e que mais tarde, após a reestruturação da entidade, em 2007, daria crucial contribuição à ACEO, atuando como seu Diretor Técnico.
PARTICULARIDADES ECOLÓGICAS DE CADA ESPÉCIE
Luiz Wilson Lima Verde
GÊNERO – Catasetum L.C. Rich.
ESPÉCIE – Catasetum barbatum Lindl.
LOCAL E ÉPOCA DA COLETA – Crato, Ceará; julho/85
HABITAT – Floresta Nacional do Araripe, em área de cerrado próxima à escarpa da mesma e na encosta, no ecossistema ali dominante (Floresta Subcaducifolia Tropical)
NICHO ECOLÓGICO E HABITUS – No cerrado foi encontrada em epifitismo com o Visgueiro (Parkia platycephala Benth) ocupando ramos secos à meia-luz.
Infelizmente, não se dispõe de maiores detalhes, em decorrência das informações e de o material obtido serem provenientes de terceiros. Embaixo, na encosta, embora tenha como suporte mais comum o O. pharelata, constatou-se essa mesmaespécie sobre Jatobá (Hymenaea Courbaril Linn) a quase 20m de altura, nos ramos mais finos dessa árvore majestosa, como também no espique do Catolé (Syagrus gomosa Martins). No Babaçu, quando os tecidos da bainha das folhas entram em decomposição, passam a constituir substrato ideal para a germinação das sementes, cujo raizame, ao longo do desenvolvimento da touceira, espalha-se muitas vezes num diâmetro de mais de 1m, atingindo por baixo o estipe, ficando, portanto, encoberto e encontrando aí um ambiente mais úmido, arejado e protegido.
À medida que a palmeira perde folhas, a planta vai se fixando no seu tronco e reduzindo a área de exploração do sistema radicular, o qual incrementa consideravelmente a formação das raízes aéreas retentoras de detritos orgânicos e umidade, fato também já observado por LACERDA, na mesma espécie, no Amazonas. No Catolé, ocorre mais ou menos o mesmo processo, todavia, como essa palmácea é de crescimento mais rápido, comumente encontram-se espécimes desse Catasetum em plena casca dura do estipe e também com uma eriçada cabeleira de raízes aéreas. A população dessa espécie nos sistemas ecológicos abordados não é descartável, isto é, a incidência de indivíduos por área não se mostra alta. Alguns fatores ecológicos delimitam esse índice populacional, mesmo diante de tão considerável potencial de plantas suportes.
FENOLOGIA – Por ocasião da coleta, o material encontrava-se no período de repouso, tendo em vista que não havia brotações e a presença de frutos caracterizava a fase antecedente de floração. Conquanto essa etapa, aparentemente definida, ainda se verificou uma inflorescência em botão num dos exemplares colhidos. Estabelecendo-se aprioristicamente as diversas fases do desenvolvimento dessa espécie, tendo como base o trabalho de Braga, admite-se que o repouso atinja o final do ano, portanto, mais definidamente de julho a dezembro.
A seguir, já no início das chuvas (dezembro), a planta entrará na fase de desenvolvimento vegetativo, que poderá ir até março, mês em que, provavelmente, terá início a floração, cujo pico será atingido em abril-maio e o término em junho, com resquícios isolados em julho, quando então se fecha parte do ciclo da espécie (fig. 1).
Com a escassez das chuvas em junho, os pseudobulbos passam a perder gradativamente as suas folhas, estando eles desfolhados possivelmente em outubro, o que bem caracteriza um artifício usado pela espécie com a finalidade de economizar água. Braga justifica esse fenômeno afirmando que, embora a planta disponha, aparentemente, de condições satisfatórias de epifitismo, a carência hídrica sazonal repercute limitando-as e, neste caso, o vegetal deixa cair as folhas, assegurando assim o seu balanço hídrico.
Ao se iniciar o estágio de brotação, na chegada das águas, também começará um período de atividade fotossintética bastante intensa, em que toda a massa folhosa, de um modo geral, permanecerá verde até junho. A ocorrência de flores masculinas e femininas simultaneamente, sobretudo no auge da floração, garantirá a frutificação, cuja deiscência deverá processar-se do final da estação seca para o início da chuvosa, quando as sementes encontrarão o ambiente em condições favoráveis para a germinação (fig. 1).
O mundo orquidófilo se movimenta neste mês de março com uma agenda de exposições e outros eventos que prenunciam uma retomada total das atividades ao longo do ano de 2023. Já neste sábado, dia 4, o orquidófilo paraibano Robério Ferreira (residente em Sergipe) promove uma live, em seu canal do YouTube, reunindo representantes de vários estados do Nordeste. Será discutido, dentre outros temas, o papel das associações na preservação das espécies nativas, tanto nas coleções como nos habitats naturais.
No Tambiá Shopping, em João Pessoa, prossegue até o dia 5 o Festival de Orquídeas promovido pela Associação Paraibana de Orquidófilos.
Em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, a movimentação fica por conta de três eventos paralelos: 31ª Exposição de Orquídeas, 5ª Mostra da Cattleya velutina e 1ª Mostra de Cactos e Suculentas. A programação vai até domingo, dia 5.
Para os orquidófilos nordestinos, o grande evento do ano será a 6ª Bienal de Orquídeas do Nordeste, agendada para os dias 10, 11 e 12 do corrente mês, em Aracaju, Sergipe. Os anfitriões serão os Orquidófilos Associados de Sergipe (OASE), que prepararam intensa programação.
Dulce Nascimento ministrará um workshop de Desenho Botânico, no próximo dia 11, em Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro. Os interessados encontrarão no cartaz acima os contatos através dos quais poderão obter mais informações.
O Orquidário Santa Bárbara, da cidade de Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo, realiza seu 6º Festival de Orquídeas nos dias 18 e 19 de março.
Outro grande evento nordestino, este mês, será a 43ª Exposição de Orquídeas de Pernambuco, agendada para os dias 24, 25 e 26. O local é a própria sede da ASSOPE, na Rua dos Palmares, 831, bairro de Santo Amaro, Recife.
A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) realizará, no próximo dia 8 de outubro, Assembleia Geral Extraordinária para debater e aprovar reforma do seu Estatuto. O propósito da Diretoria é adequar o texto à nova realidade surgida após a pandemia de Covid-19, que tanto afetou as entidades orquidófilas, como, de resto, toda a sociedade. Segue-se a íntegra do Edital:
ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE ORQUIDÓFILOS-ACEO
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINARIA
Ref.: APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DE REFORMA DO ESTATUTO SOCIAL
A Presidente da Associação Cearense de Orquidófilos-ACEO, Michelle Canário, no uso de suas atribuições estatutárias, vem convocar todos os associados para comparecerem à Assembleia Geral Extraordinária que será realizada no dia 8 de outubro de 2022, na Casa de José de Alencar, situada na Av. Washington Soares, 6055, em Fortaleza-CE, a instalar-se, em primeira convocação, às 15:00h (quinze horas), caso se registre a presença de 1/3 (um terço) dos associados com direito a voto e quites com a Tesouraria da entidade; em não havendo o quórum previsto no Art. 33º, parágrafo 1º do Estatuto Social, a Assembleia será instalada, em segunda convocação, às 15h30min (quinze horas e trinta minutos) do mesmo dia e local, com a seguinte ordem do dia: Apreciar e votar a reforma no Estatuto Social.
Ainda está em tempo de você fazer as malas para visitar as exposições de orquídeas do corrente mês de setembro. Há um ótimo programa no Espírito Santo, assim como em endereços além-fronteira: Lisboa e Assunção.
Quem ama orquídeas atravessa o mar para apreciá-las
A 6ª Exposição/Venda Internacional de Lisboa está marcada para os próximos dias 23, 24 e 25, no Mercado de Santa Clara. A promoção é da Associação Portuguesa de Orquidofilia, que pode ser contatada através do e-mail: lusorquideas@gmail.com
Coloque Vitória em seu roteiro do fim-de-semana
Em Vitória, Espírito Santo, a 25ª Exposição estadual acontece nos dias 17 e 18 de setembro. Das 8:00h às 17:00h, no Parque Botânico Vale, haverá exposição, oficinas, venda de orquídeas e produtos para o cultivo, além de outras atrações.
Cruze a Ponte da Amizade e veja o Paraguai florido
Também nos dias 17 e 18 (sábado e domingo), tem lugar a 11ª ExpoFeria de Orquídeas, em Assunção, Paraguai. A Associación Paraguaya de Orquidófilos convida para a grande festa, a ter lugar no Club Internacional de Tenis.