A 73ª Festa das Flores de Joinville incluiu uma série de jardins, com ideias para residências e espaços públicos. Era a 1ª Mostra de Paisagismo, destinada a revelar que todos podem ter um jardim, independente da área disponível (e também das condições financeiras). As empresas e profissionais participantes montaram diversas opções para inovar, dar vida e diferenciação aos jardins. Com isto, a Festa das Flores procurou estimular a inclusão do verde em pequenos espaços, como sacadas de apartamentos e áreas verticais, aproximando cada vez mais a natureza das pessoas.
As imagens falam melhor sobre o que foi mostrado, entre os dias 11 e 16 de novembro, no Expoville (clique nas fotos para ampliar).
Joinville, Santa Catarina… A própria cidade é um jardim. Os canteiros floridos, os gramados verdíssimos que se estendem diante das casas, tudo revela o amor dos joinvillenses pela natureza e o gosto pela jardinagem. É nesse cenário que, entre 11 e 16 de novembro, acontece a 73ª Festa das Flores de Joinville, um espetáculo de beleza rara, que tem como endereço o Complexo Expoville.
A Laelia purpurata está no centro da festa.
A festa começou com o concurso de rainha, seguindo-se dezenas de apresentações culturais, mostra de ikebanas, mercado de plantas, oficinas de cultivo, feira de artesanato, praça gastronômica, mostra de paisagismo, praça de lazer, parque de diversões, shows com grandes astros da música brasileira e muitas outras atrações. Não é por acaso que cerca de 200 mil pessoas eram aguardadas nos cinco dias do evento.
Em diferentes áreas do imenso pavilhão, as amostras de paisagismo revelam-se excelentes panos-de-fundo para as fotos. Mas a grande atração da Festa das Flores são mesmo as orquídeas. Calculava-se em 5 mil as plantas expostas, destacando-se a presença dominante da Laelia purpurata, flor-símbolo de Santa Catarina, que compareceu com todas as suas variedades.
Segundo João Hellmann, diretor social da AJAO (Agremiação Joinvillense dos Amadores de Orquídeas), a purpurata foi a flor que deu origem à festa, ganhando com isso um significado especial. No total, 32 juízes se dividiram em sete grupos, especializados em diferentes categorias, a fim de apontar as melhores plantas em exposição.
Independentemente da avaliação técnica, visitantes de todas as idades se extasiavam com a beleza e variedade das flores. Diante delas, idosos e crianças manifestam o mesmo encantamento, externam as mesmas emoções. Ao ver suas expressões, se compreende melhor o slogan da Festa: “As flores têm poder”.
Aqui, uma pequena amostra das orquídeas levadas à 73ª Festa das Flores de Joinville. Entre espécies e híbridos, eram cerca de 5 mil vasos atraindo – e encantando – os visitantes.
A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) homenageia uma das grandes figuras da orquidofilia e da orquidologia brasileiras, atribuindo seu nome a uma nova premiação. Na quinta edição do FestOrquídeas de Fortaleza, instituiu-se o Troféu de Mérito Botânico Prof. Pedro Ivo Braga. O prêmio será concedido todos os anos, destinando-se àquela planta que, no entendimento da Comissão Julgadora, se destacar como a mais bem cultivada.
Pedro Ivo Braga, falecido em março do corrente ano, era professor titular da Universidade Federal do Amazonas e residia em Manaus. Amava Fortaleza, cidade que visitava com frequência, e “descobriu” a ACEO, tendo-se tornado seu primeiro Sócio Correspondente. Entusiasmado pela Associação, envergava com orgulho sua camisa e passou a divulgá-la por onde andava. Sempre que vinha à Capital cearnse, dava palestras para os orquidófilos locais.
PERFIL – Pedro Ivo Soares Braga possuía graduação em História Natural pela Universidade Santa Úrsula (1973), Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1976) e Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1982). Tinha experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia – especialista na família Orchidaceae, Biologia Floral, Fitogeografia – Fitossociologia, Conservação Ambiental, Estudos de Impactos Ambientais, Recuperação de áreas degradadas.
Descreveu algumas espécies novas para a ciência, como Pleurothallis kerii; Neolehmannia pabstii;Catasetumkleberianum; Masdevalliaosmariniana a qual foi transferida por Garay & Dunsterville para Dryadella. Também descreveu o híbrido natural X Brassacattleya rubyii, híbrido intergenérico entre a Cattleya eldorado e a Brassavola martiana. A Brassocattleya rubyii só tem um indivíduo conhecido e a planta é mantida viva, até hoje, em seu ambiente natural.
O orquidófilo catarinense Marcelo Vieira Nascimento profere palestra no segundo dia do 5º FestOrquídeas de Fortaleza. Às 14:00h do sábado, no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, ele fala sobre “Pragas e doenças em orquídeas”, tema que pesquisa há vários anos. A palestra interessa a todos os orquidófilos, mas é aberta ao público em geral.
Marcelo Nascimento, vice-presidente da Federação Orquidófila de Santa Catarina, é geólogo, tem especialização em Botânica de Plantas Ornamentais e mestrado em Engenharia Civil.
No site Orquidário Nossa Senhora do Desterro – http://www.orquidarioilhadodesterro.com.br – Marcelo descreve sua coleção: são cerca de 6.500 vasos (todos de barro), sendo que 98% são espécies, entre Cattleyas, Laelias, Vandas, Micro-orquideas, e outras. Dentro do orquidário há um pequeno lago com cerca de 50 m², composto de vegetação aquática e peixes, muitos peixes. A função é proporcionar um maior equilíbrio no que diz respeito à umidade relativa dentro do orquidário. Ele também possui uma Biblioteca com cerca de 1.500 títulos somente sobre orquídeas.
A engenheira florestal Lou Menezes, Coordenadora do Projeto Orquídeas do Brasil e Chefe do Orquidário Nacional do IBAMA, em Brasília, estará presente ao 5º Fest Orquídeas de Fortaleza. Na noite da abertura (18 de novembro) a partir das 19:00h, ela participa de mesa-redonda com os orquidófilos cearenses, discorrendo sobre suas pesquisas e discutindo diferentes questões ligadas às orquídeas. Um dos itens em debate deverá ser a Instrução Normativa nº 11, baixada recentemente pelo IBAMA e que causou apreensões entre os cultivadores.
Uma das maiores autoridades brasileiras em orquídeas, Lou Menezes é autora de oito livros sobre as orquidáceas. Um deles, sobre a Cattleya labiata, a trouxe ao Ceará, onde realizou pesquisas nos habitats da “Rainha do Nordeste”. Reconhecida e respeitada mundialmente, Lou já foi homenageada com a denominação de várias orquídeas, como a Encyclia meneziana e a Gongora meneziana, dentre outras. Nada mais justo para quem já descobriu e descreveu cerca de 90 orquídeas em nosso País.
Entre as muitas distinções que recebeu, inclui-se a Grande Medalha de Reconhecimento, outorgada pela Orchid Digest, dos Estados Unidos, “pelo mérito de seu trabalho de pesquisa no mundo das orquídeas”.
O mais recente livro publicado por Lou Menezes – “Cattleya walkeriana” – se constitui em um inventário precioso sobre a “Rainha do Cerrado”, como descreveu o orquidófilo Leonardo Rodrigues, autor do texto das orelhas. Trata-se de um trabalho minucioso e abrangente, que revela observações acuradas e ilustrações esplêndidas, bem como a necessidade de se conservar a natureza, especialmente as orquídeas e seus habitats, complementa Leonardo.
Editado pelo IBAMA, “Cattleya walkeriana” narra a história dessa flor do Brasil Central, discorre sobre suas variedades e os híbridos naturais, descreve seu habitat e dedica um capítulo à questão da conservação do Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil e que já perdeu 50% de sua área original. Traz, ainda, preciosas dicas de cultivo.
A publicação realça, também, pela beleza das fotos, de autoria de Lou. São mais de 500 ilustrações coloridas, que evidenciam o caráter minucioso da pesquisa.