Humberto Antonio Epiphanio é médico, na cidade de Rio Claro/SP, e ex-Presidente do Círculo Rioclarense de Orquidófilos, fundado a 30 de julho de 1954. “Com certeza, é uma loucura, uma loucura prazerosa. A orquídea tem o dom de magnetizar as pessoas, não é uma flor como as outras”, assim ele explica sua paixão pelas orquidáceas. E complementa: “Nesse mundo moderno, cheio de pressões e cobranças, cultivar orquídeas é a maneira mais correta de se equilibrar. Uma orquídea a mais, um remédio e um psiquiatra a menos.”
Humberto tirou um tempinho de sua agenda e bateu um papo com Vera Coelho, Vice-Presidente da ACEO. Segue-se a transcrição da conversa:
ACEO – Como e de que maneira começou sua relação com as orquídeas?
Humberto Antonio Epiphanio – Há 20 anos, decidi fazer uma homenagem a minha avó, que foi proprietária de uma das mais antigas e tradicionais floriculturas de Rio Claro. Fui ao orquidário do Aniel Carnier e comprei cinco vasos de orquídeas. Coloquei sua foto e uma placa com sua assinatura e tomamos mais de cinco cervejas. Continuo comprando orquídeas até hoje.
ACEO – O Orquidário Humberto Epiphanio é referência mundial em termos de boas e belas orquídeas. Qual é sua história?
HAE – Absolutamente, meu orquidário não é referência mundial. Longe disso! Sou mais um apaixonado do que um grande “entendedor” de orquídeas. Digo sempre que o maior prazer, acima até do produto final – a flor -, é o contato que o cultivo de orquídeas nos oferece.
ACEO – Gostaríamos que falasse sobre a relação da cidade de Rio Claro com as orquídeas.
HAE – Como já disse, minha história na orquidofilia é relativamente recente (apenas 20 anos), mas aqui, em Rio Claro, até por uma colonização européia, alguns descendentes (Hoffmann, Wenzel, Welhmuth, entre outros) iniciaram um movimento no sentido da criação de uma sociedade que se mantém até hoje em atividade ininterrupta (55 anos) e que serviu de base para movimentos mais amplos, de abrangência nacional.
ACEO – Por que a exposição de orquídeas de Rio Claro, promovida pelo Círculo Rioclarense de Orquidófilos, é considerada a maior e melhor do Brasil?
HAE – Com certeza, pela sua organização, pelo comprometimento de seus associados nessa empreitada e pela colocação das pessoas certas na execução do evento. Nos últimos anos, o cargo foi ocupado pelo orquidófilo Roberto Ferreira, com muita competência. Claro, não poderíamos deixar de destacar a amizade e o carinho dos amigos que participam do nosso encontro.
ACEO – Em junho, a cidade de Rio Claro se torna a “Capital Brasileira das Orquídeas”. No seu entendimento, qual a razão para que orquidófilos de todas as partes do mundo sejam atraídos por essa exposição?
HAE – É sempre nossa expectativa e fazemos tudo para que isso aconteça. Todos os orquidários, além de nossa principal exposição, se preparam para receber os visitantes.
ACEO – Rio Claro é destaque em termos de grandes orquidários. É possível viver em harmonia ou existe uma competitividade comercial entre eles?
HAE – Estaria sendo hipócrita em dizer que existe uma harmonia total entre todos os orquidários. Nossa expectativa é que todos se respeitem. Acontece em todos os setores da atividade humana, por que não iria acontecer na orquidofilia rioclarense?
ACEO – O que a 65ª Exposição de Orquídeas reserva para este ano?
HAE – Todo o empenho possível para que haja pelo menos o mesmo número de entidades expositoras e o maior número de flores possíveis, com grande congraçamento entre os orquidófilos. E que ela se constitua, uma vez mais, num encontro inesquecível.