Contribuição para o estudo das orchidaceae do Ceará

Entre os dias 18 e 20 de dezembro de 1987, a Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) organizou em Fortaleza dois eventos paralelos – o 1º Encontro Cearense de Orquidófilos e a 8ª Exposição de Orquídeas do Ceará. A Associação (então chamada de Sociedade) lançou, no Encontro, uma publicação reunindo importantes artigos científicos que contemplavam temas fundamentais para o melhor conhecimento das orquidáceas, em especial aquelas que ocorrem no Ceará.

O que se segue é uma amostra desse material: um trecho de ensaio do engenheiro agrônomo Luiz Wilson Lima Verde, especializado em Fitotecnia pela Universidade Federal do Ceará, e que mais tarde, após a reestruturação da entidade, em 2007, daria crucial contribuição à ACEO, atuando como seu Diretor Técnico.

PARTICULARIDADES ECOLÓGICAS DE CADA ESPÉCIE

Luiz Wilson Lima Verde

GÊNEROCatasetum L.C. Rich.

ESPÉCIECatasetum barbatum Lindl.

LOCAL E ÉPOCA DA COLETA – Crato, Ceará; julho/85

HABITAT – Floresta Nacional do Araripe, em área de cerrado próxima à escarpa da mesma e na encosta, no ecossistema ali dominante (Floresta Subcaducifolia Tropical)

NICHO ECOLÓGICO E HABITUSNo cerrado foi encontrada em epifitismo com o Visgueiro (Parkia platycephala Benth) ocupando ramos secos à meia-luz.

Catasetum barbatum Lindl. (Cultivo e foto: Italo Gurgel)

Infelizmente, não se dispõe de maiores detalhes, em decorrência das informações e de o material obtido serem provenientes de terceiros. Embaixo, na encosta, embora tenha como suporte mais comum o O. pharelata, constatou-se essa mesmaespécie sobre Jatobá (Hymenaea Courbaril Linn) a quase 20m de altura, nos ramos mais finos dessa árvore majestosa, como também no espique do Catolé (Syagrus gomosa Martins). No Babaçu, quando os tecidos da bainha das folhas entram em decomposição, passam a constituir substrato ideal para a germinação das sementes, cujo raizame, ao longo do desenvolvimento da touceira, espalha-se muitas vezes num diâmetro de mais de 1m, atingindo por baixo o estipe, ficando, portanto, encoberto e encontrando aí um ambiente mais úmido, arejado e protegido.

À medida que a palmeira perde folhas, a planta vai se fixando no seu tronco e reduzindo a área de exploração do sistema radicular, o qual incrementa consideravelmente a formação das raízes aéreas retentoras de detritos orgânicos e umidade, fato também já observado por LACERDA, na mesma espécie, no Amazonas. No Catolé, ocorre mais ou menos o mesmo processo, todavia, como essa palmácea é de crescimento mais rápido, comumente encontram-se espécimes desse Catasetum em plena casca dura do estipe e também com uma eriçada cabeleira de raízes aéreas. A população dessa espécie nos sistemas ecológicos abordados não é descartável, isto é, a incidência de indivíduos por área não se mostra alta. Alguns fatores ecológicos delimitam esse índice populacional, mesmo diante de tão considerável potencial de plantas suportes.

FENOLOGIA – Por ocasião da coleta, o material encontrava-se no período de repouso, tendo em vista que não havia brotações e a presença de frutos caracterizava a fase antecedente de floração. Conquanto essa etapa, aparentemente definida, ainda se verificou uma inflorescência em botão num dos exemplares colhidos. Estabelecendo-se aprioristicamente as diversas fases do desenvolvimento dessa espécie, tendo como base o trabalho de Braga, admite-se que o repouso atinja o final do ano, portanto, mais definidamente de julho a dezembro.

A seguir, já no início das chuvas (dezembro), a planta entrará na fase de desenvolvimento vegetativo, que poderá ir até março, mês em que, provavelmente, terá início a floração, cujo pico será atingido em abril-maio e o término em junho, com resquícios isolados em julho, quando então se fecha parte do ciclo da espécie (fig. 1).

Com a escassez das chuvas em junho, os pseudobulbos passam a perder gradativamente as suas folhas, estando eles desfolhados possivelmente em outubro, o que bem caracteriza um artifício usado pela espécie com a finalidade de economizar água. Braga justifica esse fenômeno afirmando que, embora a planta disponha, aparentemente, de condições satisfatórias de epifitismo, a carência hídrica sazonal repercute limitando-as e, neste caso, o vegetal deixa cair as folhas, assegurando assim o seu balanço hídrico.

Ao se iniciar o estágio de brotação, na chegada das águas, também começará um período de atividade fotossintética bastante intensa, em que toda a massa folhosa, de um modo geral, permanecerá verde até junho. A ocorrência de flores masculinas e femininas simultaneamente, sobretudo no auge da floração, garantirá a frutificação, cuja deiscência deverá processar-se do final da estação seca para o início da chuvosa, quando as sementes encontrarão o ambiente em condições favoráveis para a germinação (fig. 1).

 

Mostra no Jardim Botânico do RJ celebra as “Orquídeas do Outono”

Nos próximos dias 2, 3 e 4 de junho, o Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro promove a mostra “Orquídeas do Outono”. Em um cenário privilegiado, a exposição prevê uma série de atividades:

  • Visitas guiadas, em Português, Inglês e Francês, pelo Jardim das Orquídeas e Estufa de Vidro,
  • Curso sobre cultivo e também sobre pragas e doenças que atacam as orquídeas,
  • Conhecendo as vandáceas (Vanda e gêneros afins),
  • Curso de Orquídeas no Paisagismo. (Este é o único que prevê o pagamento de taxa. O número de vagas é limitado e a inscrição será feita no local.)

Haverá ainda apresentações em PPS sobre Orquídeas da Mata Atlântica e Orquídeas do Município do Rio de Janeiro.

Diariamente, será feito sorteio de uma planta entre os visitantes.

Atenção: o horário de visitação vai das 8:00h às 17:00h.

Os valores do ingresso no Jardim Botânico são os seguintes:

  • Visitantes residentes na Área Metropolitana do Rio de Janeiro: R$ 18,00
  • Visitantes residentes no Brasil: R$ 29,00
  • Visitantes estrangeiros (área do Mercosul): R$ 55,00
  • Outros visitantes estrangeiros: R$ 73,00

Em proveitosa e animada reunião, ACEO homenageia as mães orquidófilas

Participantes exibem orquídeas que embelezaram o cenário da reunião.

A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) realizou neste sábado, dia 20, sua reunião do mês de maio. O encontro revelou-se um dos mais proveitosos do ano, com muito conteúdo técnico e, ao final, com uma farta distribuição de brindes, além de bolo, cafezinho e refrigerantes. Em especial, foram homenageadas as mães da ACEO – todas as que estavam presentes ganharam uma muda de orquídea.

Durante hora e meia, em um bate-papo descontraído, animado pela presidente Michelle Canário e pelo professor Italo Gurgel, os presentes conversaram sobre as Catasetíneas e seu cultivo, intercambiando informações e experiências. O mote foi dado pela presença de um belo exemplar florido da Fredclarkeara After Dark, levado à reunião pelo professor Italo.

Os encontros mensais da ACEO acontecem no terceiro sábado de cada mês, a partir das 15 horas, na Casa de José de Alencar, em Fortaleza. Eles são abertos ao público, podendo participar qualquer pessoa interessada pelo cultivo de plantas, em especial, pelas orquídeas. Sempre se inicia com uma discussão técnica, a cargo de um dos membros da Associação, seguindo-se sorteios e eventuais comemorações.

FREDCLARKEARA

Fredclarkeara After Dark (Cultivo e foto: I. Gurgel)

Se há uma orquídea que possa ser chamada de negra, essa é a Fredclarkeara After Dark. Não que ela seja absolutamente negra: se colocarmos as pétalas contra a luz, perceberemos reflexos avermelhados nas pétalas. Mesmo assim, a Fredclarkeara tem feito enorme sucesso por sua tonalidade escura.

Esse híbrido complexo, que mistura Clowesia X Mormodes X Catasetum, foi criado por Fred Clark, nos Estados Unidos, mais precisamente na Califórnia. Registrado em dezembro de 2002, pouco depois, em 2004, a planta receberia dois prêmios outorgados pela American Orchid Society. Em 2016, já se somavam 17 prêmios de Primeira Classe e 77 no total, fazendo dela a orquídea mais premiada de toda a história da orquidofilia.

O professor Italo Gurgel, que apresentou um exemplar florido na reunião deste sábado, comentou: “Sempre admirei a Fredclarkeara, até que, em agosto de 2018, adquiri uma muda no Orquidário Santa Bárbara. Fixei-a em um toquinho de sabiá e, desde então, aguardava uma floração. Finalmente, no mês passado ela lançou uma haste floral e, no último final de semana, as flores abriram, flores perfumadas, que aos nossos olhos se apresentam da cor de carvão. Essa planta faz jus ao sucesso que conquistou no universo das orquídeas.”

Aberta a 103ª Exposição de Orquídeas da AOSP

Uma das maiores e mais importantes exposições de orquídeas do País foi aberta, nesta sexta-feira, em São Paulo. A Associação Orquidófila de SP (AOSP) abriu as portas de sua 103ª Exposição de Orquídeas, que prossegue por todo o final de semana, na Rua Galvão Bueno, 596, bairro da Liberdade. Hoje e amanhã, os salões estarão abertos das 9:00h às 18:00h. No domingo, o encerramento se dá às 17:00h.

Durante todo o evento, que recebe apoio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (BUNKYO), haverá aulas grátis de cultivo de orquídeas às 10:00h, 14:00h e 16:00h. São mais de 1.000 vasos em exposição e mais de 15.000 plantas sendo oferecidas na área de vendas.

EM CATALÃO

Também neste final de semana (dias 5, 6 e 7 de maio), estará acontecendo a 17ª Exposição Nacional de Orquídeas promovida pela Associação Orquidófila Regional de Catalão, em Goiás. O local é o salão de festas do CRAC – no Núcleo de Convivência da Terceira Idade João Fayad. De acordo com o convite expedido pela Associação, haverá premiações simbólicas, com troféus e brindes, para as melhores plantas expostas. O evento conta com expositores de outras cidades, como Araguari e Brasília. Para quem se interessa por artesanato, também estão sendo expostas peças de artesãs associadas ao Núcleo de Convivência.

ACEO realiza a reunião de março – Veja calendário de exposições em outros Estados

A Associação Cearense de Orquidófilos realiza nesse sábado, 18 de março, sua reunião mensal, com início previsto para as 15 horas, no auditório da Casa de José de Alencar. Além dos informes da Diretoria, relacionados às atividades da Associação, está prevista palestra do associado Erlon Nojosa sob o tema “Minha experiência de cultivo em toquinho – Plantio, replante, rega, adubação e outros cuidados”. Em seguida, haverá sorteio de orquídeas e outros brindes, contemplando os associados presentes e, em especial, os aniversariantes do mês de março. A presidente Michelle Canário dará as boas-vindas aos novos associados.

Com satisfação, a ACEO registra aqui alguns dos principais eventos orquidófilos agendados, em todo o Brasil, para os próximos dias:

No Jardim Botânico de São Paulo (Av. Miguel Estéfano, 3031 – Água Funda), acontece, de 17 a 19 de março, a 127ª Exposição de Orquídeas do Círculo Paulista de Orquidófilos (CPO). Paralelamente, tem lugar a 51ª Exposição de Bromélias de São Paulo, assim como exposição de arte e artesanato. O horário de visitação vai das 9h às 17h.

Ainda este mês, tem lugar, no Recife, a 43ª Exposição de Orquídeas de Pernambuco, agendada para os dias 24, 25 e 26. O local é a própria sede da ASSOPE, na Rua dos Palmares, 831, bairro de Santo Amaro, Recife.

Em Porto Alegre, entre os dias 23 e 25 do corrente mês, uma exposição de orquídeas assinalará o aniversário da Capital gaúcha. O local é o Mercado Público.

A 31ª Exposição de Orquídeas e Bromélias de Alagoas será realizada, na sede do IBAMA, em Maceió, entre os dias 14 e 16 de abril próximo. As vendas de plantas e assessórios de cultivo começam um dia antes. Previstas também oficinas e palestras.

A 18ª Mostra de Orquídeas da Região dos Inconfidentes, em Minas Gerais, será a atração de Ouro Preto nos dias 15 e 16 de abril. Local: Casa de Gonzaga (Rua Cláudio Manuel, 61).

Março começa com grande movimentação – Live discute preservação das espécies nativas

O mundo orquidófilo se movimenta neste mês de março com uma agenda de exposições e outros eventos que prenunciam uma retomada total das atividades ao longo do ano de 2023. Já neste sábado, dia 4, o orquidófilo paraibano Robério Ferreira (residente em Sergipe) promove uma live, em seu canal do YouTube, reunindo representantes de vários estados do Nordeste. Será discutido, dentre outros temas, o papel das associações na preservação das espécies nativas, tanto nas coleções como nos habitats naturais.

No Tambiá Shopping, em João Pessoa, prossegue até o dia 5 o Festival de Orquídeas promovido pela Associação Paraibana de Orquidófilos.

Em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, a movimentação fica por conta de três eventos paralelos: 31ª Exposição de Orquídeas, 5ª Mostra da Cattleya velutina e 1ª Mostra de Cactos e Suculentas. A programação vai até domingo, dia 5.

Para os orquidófilos nordestinos, o grande evento do ano será a 6ª Bienal de Orquídeas do Nordeste, agendada para os dias 10, 11 e 12 do corrente mês, em Aracaju, Sergipe. Os anfitriões serão os Orquidófilos Associados de Sergipe (OASE), que prepararam intensa programação.

Dulce Nascimento ministrará um workshop de Desenho Botânico, no próximo dia 11, em Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro. Os interessados encontrarão no cartaz acima os contatos através dos quais poderão obter mais informações.

O Orquidário Santa Bárbara, da cidade de Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo, realiza seu 6º Festival de Orquídeas nos dias 18 e 19 de março.

Outro grande evento nordestino, este mês, será a 43ª Exposição de Orquídeas de Pernambuco, agendada para os dias 24, 25 e 26. O local é a própria sede da ASSOPE, na Rua dos Palmares, 831, bairro de Santo Amaro, Recife.

Divulgada programação da VI Bienal nordestina

A OASE (Orquidófilos Associados de Sergipe) divulgou a programação da VI Bienal de Orquídeas do Nordeste, que se realizará, entre 10 e 12 de março, na Capital sergipana. Além da exposição, reunindo flores de vários estados, os visitantes serão brindados com palestras imperdíveis, a cargo de alguns dos mais representativos estudiosos de nossas orquidáceas. Segue-se a programação:

Grandes nomes na programação de palestras