Grandes temas da orquidofilia estão nas páginas da “Lusorquídeas”

Na capa: Phragmipedium besseae (Foto e cultivo de Graziela Meister)

Já está sendo distribuído, em meio virtual, o volume XII, nº 4, da revista “Lusorquídeas”, editada pela Associação Portuguesa de Orquidofilia (APO). Dentre outros conteúdos do mais alto interesse, esta edição traz entrevista de José Costa com Pedro Suárez, jovem biólogo apaixonado pela Biologia Evolutiva e que tem pesquisado, especialmente, a evolução das orquídeas. Sônia Altemburg apresenta as memórias de seu avô, Rolf Altemburg, criador do orquidário Florália e um dos mais importantes nomes da orquidofilia e da orquidologia brasileiras.

Graziela Meister, Presidente da APO, discorre sobre o gênero Phragmipedium. Segundo ela, não são plantas difíceis de cultivar, mas, se optarmos por híbridos, eles se desenvolvem melhor, crescem mais depressa e florescem com muita facilidade. Por sua vez, o paisagista carioca Carlos Keller traz a quinta parte de seu ensaio sobre a genealogia da Cattleya walkeriana semi-alba ‘Tokyo nº 1’ e da Cattleya Kenny, reportando-se às walkerianas albas impuras dos Estados Unidos. Registre-se, ainda, um interessante artigo sobre o gênero botânico Tillandsia, de autoria de Nuno Raposo, membro da APO e proprietário da Tillanvis.

Em sua mensagem aos leitores, Graziela Meister, lamenta os transtornos trazidos pela pandemia de Covid-19, que impediu, até agora, a realização de uma nova edição da Exponor, a grande exposição anual de orquídeas de Portugal, que tem como cenário a cidade do Porto. Por outro lado, ela fala da parceria estabelecida com orquidófilos do Brasil, que possibilitou, durante esse período de isolamento social, a organização de vídeo conferências em torno de temas do interesse de todos os amantes das orquídeas.

Série de lives repassa os principais temas do cultivo de orquídeas

Em papo animado, Pablo e Vanessa deram início à discussão sobre as “regras de ouro”.

Começou sábado, dia 3 de novembro, a série de lives promovida, no Instagram, pelo orquidófilo baiano Pablo Figueiredo (@pabloorquideas). Intitulada “Regras de ouro para o cultivo de orquídeas”, a programação se estenderá até 28 de novembro, com a participação, todo final de semana, de nomes conhecidos nas mídias sociais e respeitados pelo trabalho que desenvolvem no mundo orquidófilo.

Os mais variados temas serão tratados ao longo dessa série, constituindo-se em valioso subsídio para aqueles que dão os primeiros passos no cultivo de orquídeas ou que desejam aprimorar seus conhecimentos e técnicas. A Associação Cearense de Orquidófilos-ACEO estará presente na série através de sua presidente, Michelle Canário, e do diretor de Comunicação, Italo Gurgel.

Na live do sábado passado, mediada por Pablo, a convidada Vanessa Merlyn (@vanmerlyn – www.orquidicas.com.br) discorreu sobre a questão da iluminação nos orquidários, fator essencial, que pode determinar o êxito ou fracasso das florações. Vanessa citou dezenas de plantas, indicando a posição que deveriam ocupar no orquidário de modo a receber maior ou menor incidência de raios solares.

Nos próximos dias, a programação de lives prosseguirá com os seguintes temas:

  • Regas: Michelle Canário (@aceo6270 – www.orquidofilos.com) – sábado, 10/10, 15:00h;
  • Ventilação: Breno Bueno (@brenorquideaejardim) – sábado, 17/10, 15:00h;
  • Padronização de cultivo: Roberto Martins (@roberto_martins68) – sábado, 24/10, 15:00h;
  • Identificação das orquídeas: Leonardo Gariolli (@leonardogariolli) – domingo, 01/11, 15:00h;
  • Organização do orquidário: Italo Gurgel (@aceo6270 – www.orquidofilos.com) – sábado, 07/11, 15:00h;
  • Espécies e suas exigências de cultivo: Reginaldo Vasconcelos (@regivasconcelos3083) – sábado, 14/11, 15:00h;
  • Adubação: Eloisa Militão (@eloizamilitao) – sábado, 21/11, 15:00h;
  • Pragas e doenças: Francisco Deusvando (@franciscodeusvando) – sábado, 28/11, 15:00h.

As fotos da ACEO mais “curtidas” na internet

Alinhamos abaixo as 10 fotos que conquistaram maior número de likes, em agosto, na página da ACEO no Instagram – @aceo6270 Elas aparecem em ordem decrescente de “curtidas”.

O feed da ACEO já reúne quase 1.300 fotos, esperando-se que atinja, este mês, o total de 7.000 seguidores. Em sua quase totalidade, as imagens são de florações obtidas, no Ceará, pelos membros da Associação, o que revela que um grande número de orquídeas pode ser cultivado, com êxito, em nossas condições climáticas.

Segue-se a galeria dos campeões do mês de agosto:

Cattleya walkeriana – Cultivo e foto: Marlene Freitas.
Cattleya amethystoglossa – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Cattleya Portia caerulea – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Blc. Juliana Details – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Brassolaeliocattleya – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya percivaliana – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Cattleya walkeriana – Cultivo e foto: Aloizio de Oliveira.
Lc. Surpresa Rubra (C. labiata x L. pumila) – Cult. e foto: Italo Gurgel.
Bc. Fregoniana (B. perrini x C. guttata) – Cult. e foto: Ademir Vicente.
Cattleya violacea – Cultivo e foto: Herych Ximenes.

Somar para fortalecer – O pensamento da ACEO

A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) é herdeira histórica da antiga Sociedade Cearense de Orquidófilos, entidade fundada em 26 de outubro de 1977. Dela preserva os acervos, a missão, o projeto e a memória, condição lhe confere o status de legítima representante da orquidofilia cearense. No momento, em respeito às normas impostas pela crise sanitária mundial, a ACEO mantém suspensas suas atividades presenciais. Prossegue, contudo, atuando naquelas áreas onde lhe é possível envolver seu quadro de associados, sem expô-lo ao perigo de contágio pelo novo coronavírus. Assim é que realizou recente compra coletiva de orquídeas e um movimentado sorteio, enquanto movimenta seu grupo de WhatsApp e continuamente atualiza o site e a página no Instagram, esta última com 6.200 seguidores na presente data.

Tecemos aqui tais comentários em razão das inúmeras mensagens que a nossa Diretoria tem recebido, desde o surgimento do Círculo Cearense de Orquidófilos e Bomeliófilos, no último final de semana, em Fortaleza. A propósito, esclarecemos que a ACEO não foi comunicada dessa iniciativa, razão pela qual ignoramos os objetivos da nova entidade. Conhecemos, porém, os responsáveis pela criação do CCOB, todos eles pessoas comprometidas com a ACEO, à qual ajudaram a recriar, tendo oferecido, nos anos posteriores, importante contribuição à nossa Associação. Isso nos leva a acreditar que não lhes anima, em princípio, o espírito divisionista, que já se revelou tão maléfico em tantos outros lugares, Brasil afora.

A ACEO continua atuante, forte, prestigiada pelos orquidófilos cearenses e pelos nossos parceiros históricos. É uma entidade que angariou respeito em todo o País e segue aberta à colaboração, porque acredita que, numa comunidade ainda modesta, como é o grupo dos amantes das orquídeas, o mais importante é somar forças, aglutinar as pessoas para potencializar nossa capacidade de nos inserirmos positivamente na sociedade.

Michelle Canário
Presidente da ACEO

Híbrido de Catasetum recém-criado homenageia a Terra da Luz

O novo híbrido resulta do cruzamento de Ctsm. macrocarpum (dir.) e Ctsm. mattosianum (esq.). (Fotos: J. Araújo)

A cidade de Sorriso, em Mato Grosso, reconhecida como a Capital Nacional do Agronegócio e maior produtor individual de soja no planeta, também produz Catasetum, essa orquídea bela e intrigante, cultivada por milhares de orquidófilos no mundo inteiro. Agora mesmo, dois novos híbridos foram registrados, na Royal Horticultural Society, pelo cultivador e pesquisador Jânio Araújo, ali residente. Um deles é o Catasetum Heloysa Oliveira Souza (Ctsm. juruense x Ctsm. macrocarpum); o outro é o Catasetum Terra da Luz (Ctsm. macrocarpum x Ctsm. mattosianum).

Ctsm. Terra da Luz var. verde claro. (Foto: Juan Fernandes)

Destaque-se que o Ctsm. Terra da Luz foi assim denominado numa homenagem de J. Araújo à orquidófila Vera Coelho, ex-presidente da Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO), e cujo orquidário traz o nome de “Terra da Luz”. Vera cultiva orquídeas há mais de duas décadas. Sua coleção, inicialmente, se abrigava no estábulo do Sítio Xapuri, de sua família, no município do Eusébio/CE. Depois disso, o orquidário mudou de lugar duas vezes, mas sempre preservando a denominação inicial, que, por sua vez, se inspira no próprio Estado do Ceará. A designação de “Terra da Luz” foi dada pelo grande tribuno e abolicionista José do Patrocínio, por ter sido esta a primeira província a libertar os escravos no Brasil, em 1884.

Ctsm. Terra da Luz var. verde escuro. (Foto: J. Araújo)

Assim, o Ctsm. Terra da Luz, registrado a 9 de junho de 2020, pela RHS, traz em seu nome um nobre significado, que remete ao espírito libertário dos cearenses e que, ao mesmo tempo, representa um tributo a uma das mais representativas figuras da orquidofilia cearense. Vera Coelho, apreciadora do gênero Catasetum, se corresponde há muito tempo com Jânio Araújo. Este, por sua vez, apaixonou-se pelas orquídeas em 2008. A partir de 2010, dedicou-se exclusivamente aos Catasetum e afins, já tendo criado e registrado uma série de magníficos híbridos.

Observação: “Nos registros dos cruzamentos, por convenção, escreve-se primeiro o nome da ‘mãe’ (Seed Parent, a planta que doou a flor, os ovários, os óvulos) e depois o do ‘pai’ (Pollen Parent, a planta que doou o pólen).” (Prof. René Rocha, em “ABC do orquidófilo”)

No primeiro trimestre, o ápice das florações da Cattleya labiata

Desde 2003, o Prof. Italo Gurgel, ex-presidente e atual diretor de Comunicação da Associação Cearense de Orquidófilos, realiza cuidadoso levantamento do número de florações da Cattleya labiata Lindl. em seu orquidário, na Região Metropolitana de Fortaleza. Hoje, ele revela aqui os números resultantes de suas observações no ano de 2019: Janeiro – 27, Fevereiro – 32, Março – 22, Abril – 7, Maio – 2, Junho – 3, Julho – 2, Agosto – 8, Setembro – 4, Outubro – 9, Novembro – 7, Dezembro – 11.

Transportada para um gráfico, a estatística mostra uma curva semelhante à dos anos anteriores:

Como se percebe, o período de florações mais generosas corresponde ao primeiro trimestre. Seguem-se uma queda acentuada no segundo trimestre e uma lenta e claudicante recuperação a partir de agosto. O ano se encerra com o início da arrancada para um novo pico das floradas, reiniciando-se o ciclo.

Cattleya labiata (conjunto com diversas variedades) – Cultivo e foto: Michelle Canário

Apesar de todos os anos esse desempenho se reproduzir, com pequenas variações, o Prof. Italo observa que suas observações não são conclusivas. Ele lembra que cada orquidário se enquadra em uma realidade diferente, em função das condições de umidade, luminosidade, ventilação, prática de adubação e outras, que podem ter influência decisiva nas novas brotações e florações. E comenta: “Para termos um calendário confiável, que represente de maneira fiel o ciclo da C. labiata no Ceará, o ideal seria que muitos cultivadores mantivessem registros rigorosos do comportamento de suas plantas. Consolidadas as anotações de todos, aí, sim, teríamos um retrato mais fidedigno das florações da Rainha do Nordeste em nosso Estado”.

No Instagram, ACEO atrai grande número de seguidores

Em seu endereço no Instagram – @aceo6270 – a Associação Cearense de Orquidófilos atingiu quarta-feira, 22 de abril, a marca de 3.000 seguidores. Esse desempenho pode ser considerado muito bom, dentro do segmento temático “orquídeas”. A marca foi atingida às 19:52h. Decorridas 24 horas, na quinta-feira os seguidores já somavam 3.044, o que revela um crescimento acelerado. No momento da postagem desta matéria, nesta sexta-feira, 24, a ACEO coleciona 960 publicações, 3.060 seguidores e segue 2.475 perfis.

A grande variedade das orquídeas é revelada no feed.

O sucesso da página, criada a 20 de novembro de 2017, e que conquistou centenas de seguidores no mundo inteiro, pode ser atribuído à qualidade das fotos postadas. Na quase totalidade, as imagens são de plantas cultivadas no Ceará e fotografadas pelos membros da Associação. O Diretor de Comunicação, responsável pelas postagens, é bastante rigoroso na observância de critérios e busca mostrar, no feed, a grande variedade de cores e formas que caracteriza as orquidáceas. As fotos são seguidas do nome científico ou horticultural. Em seguida, identifica-se o cultivador (que, geralmente, é quem fotograva) e agrega-se o indicativo de sua vinculação à ACEO. Por fim, alinham-se as tags, ou seja, palavras-chaves que relacionam informações semelhantes e que remetem a conteúdos parecidos.

C. labiata rubra do Ademir Vicente é a campeã de likes.

Os três maiores “fornecedores” de fotos para o feed da ACEO são os associados Herych Ximenes, Aldemir Vicente e Michelle Canário, presidente da entidade. Ademir é autor da foto campeã de likes: uma Cattleya labiata rubra, postada no dia 14 do corrente mês de abril e que já soma 451 “curtidas”. Vários outros membros da ACEO também marcam presença na página, embora com uma frequência menor. Observadas as 100 últimas postagens, além de Herych, Ademir e Michelle, aparecem fotos de Benoni Accioly, Daniel Feijó, Estanislau Queiroz, Fernando Lima, Gilberto Machado, Guaracy Paiva, Italo Gurgel, Juliana Coelho, Olinda Essetin, Vera Coelho e Yosef da Rocha.