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A nova Diretoria da Associação Cearense de Orquidófilos, eleita sábado, dia 16 de abril, apresentou uma série de propostas, a serem implementadas nos próximos dois anos. De acordo com a presidente Vera Coelho, a ACEO tem como metas:

1. Promover reforma no Estatuto, criando os cargos de Diretor de Comunicação e Diretor de Biblioteca e Patrimônio;
2. Realizar duas mostras anuais na Casa de José de Alencar, com venda de orquídeas, plantas ornamentais e acessórios diversos, inclusive artesanato;
3. Realizar anualmente o FestOrquídeas (o de 2011 já está agendado para os dias 18, 19 e 20 de novembro);
4. Participar de eventos como o Frutal, no Centro de Convenções, em Fortaleza, e o Festival Café com Chocolate e Flores, em Pacoti;
5. Intensificar a parceria com órgãos públicos, objetivando a reprodução de orquídeas cearenses destinadas ao repovoamento de nossas matas;
6. Realizar oficinas de cultivo em todas as reuniões;
7. Incentivar os associados a pesquisar e a falar sobre suas orquídeas nas reunioes;
8. Confeccionar uma “Cartilha de Cultivo de Orquídeas para Iniciantes”, com dias e noções básicas;
9. Incentivar os encontros informais na casa (ou sítio) dos associados, ocasião em que se conheceria seu orquidário, seus métodos de cultivo, suas dificuldades;
10. Promover visitas e/ou participar da reestruturação de orquidários públicos do Ceará;
11. Implementar o projeto “Viajando pelo Nordeste”, a fim de incentivar a participação dos associados nas exposições realizadas em outras cidades da Região;
12. Registrar a logomarca e patentear outros símbolos e imagens da entidade;
13. Convidar orquidófilos e orquidólogos de renome, de todo o país – na medida em que as condições financeiras da Associação o permitirem – a fim de dar palestras e cursos para os membros da ACEO;
14. Unificar as contas bancárias da Associação;
15. Criar a página da ACEO no Facebook;
16. Manter atualizado o site da Associação.

Circula, em seu quinto número, o “Jornal do Orquidófilo”, publicação independente editada em Uberaba/MG. Nessa nova edição, o Jornal traz entrevista com o atual Presidente da Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, Welington Fernandes, que comenta a necessidade de a CAOB se transformar, urgentemente, em uma confederação, passando a incentivar a criação de federações regionais.

Na matéria de capa, Aleksandro Zaslawski, do Orquidário AWZ (Espírito Santo), discorre sobre a Bifrenaria harrisoniae e a Bifrenaria tyrianthina, belíssimas espécies que ocorrem nas montanhas do Sudeste do Brasil. Zaslawski recomenda que elas sejam cultivadas em regiões de clima intermediário ou frio, em altitudes acima de 500 metros. Segundo ele, são plantas que gostam de muita luz (acima do padrão para a Cattleya) e muita aeração. Outro conselho: evitar os vasos plásticos e também os vasos grandes em relação às touceiras.

A sessão de “Causos” traz depoimento de outro grande orquidófilo brasileiro, Carlos Keller, do Rio de Janeiro. Ele fala do bucólico bairro de Guaratiba – onde mantém seu orquidário – bairro que fica espriemido entre uma montanha coberta de florestas e a restinga da Marambaia. O local é ideal para a Cattleya forbesii e a Cattleya guttata. Keller narra, por fim, como adquiriu, de uma vizinha, uma bela e rara touceira de C. forbesii var. alba.

Contatos com o editor do “Jornal do Orquidófilo” podem ser feitos através do e-mail: jornaldoorquidofilo@hotmail.com

Faleceu em Manaus, onde residia, o Prof. Pedro Ivo Soares Braga. Um dos expoentes da pesquisa com orquidáceas em nosso País, tendo dado contribuição importante ao estudo das espécies amazônicas, Pedro Ivo era membro da Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) e, recentemente, articulara a criação, tornando-se um dos fundadores da Associação dos Orquidófilos da Amazônia.

Apaixonado pela Cattleya eldorado, Pedro Ivo discorria com absoluto conhecimento sobre essa espécie e, sempre que visitava Fortaleza, oferecia palestra aos orquidófilos cearenses. Pessoa simples, amável, fazia novos amigos com facilidade e, sempre que podia, ressaltava a importância do trabalho desenvolvido pela ACEO na divulgação do cultivo de orquídeas. A Associação Cearense de Orquidófilos lamenta essa perda irreparável – para a orquidofilia e para a Ciência brasileira.

Perfil

Pedro Ivo Soares Braga era professor titular da Universidade Federal do Amazonas. Possuía graduação em História Natural pela Universidade Santa Úrsula (1973), Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1976) e Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1982). Tinha experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia – especialista na família Orchidaceae, Biologia Floral, Fitogeografia – Fitossociologia, Conservação Ambiental, Estudos de Impactos Ambientais, Recuperação de áreas degradadas.

Descreveu algumas espécies novas para a ciência, como Pleurothallis kerii; Neolehmannia pabstii; Catasetum kleberianum; Masdevallia osmariniana a qual foi transferida por Garay & Dunsterville para Dryadella. Também descreveu o híbrido natural X Brassacattleya rubyii, híbrido intergenérico entre a Cattleya eldorado e a Brassavola martiana. A Brassocattleya rubyii só tem um indivíduo conhecido e a planta é mantida viva, até hoje, em seu ambiente natural.