Grandes temas da orquidofilia estão nas páginas da “Lusorquídeas”

Na capa: Phragmipedium besseae (Foto e cultivo de Graziela Meister)

Já está sendo distribuído, em meio virtual, o volume XII, nº 4, da revista “Lusorquídeas”, editada pela Associação Portuguesa de Orquidofilia (APO). Dentre outros conteúdos do mais alto interesse, esta edição traz entrevista de José Costa com Pedro Suárez, jovem biólogo apaixonado pela Biologia Evolutiva e que tem pesquisado, especialmente, a evolução das orquídeas. Sônia Altemburg apresenta as memórias de seu avô, Rolf Altemburg, criador do orquidário Florália e um dos mais importantes nomes da orquidofilia e da orquidologia brasileiras.

Graziela Meister, Presidente da APO, discorre sobre o gênero Phragmipedium. Segundo ela, não são plantas difíceis de cultivar, mas, se optarmos por híbridos, eles se desenvolvem melhor, crescem mais depressa e florescem com muita facilidade. Por sua vez, o paisagista carioca Carlos Keller traz a quinta parte de seu ensaio sobre a genealogia da Cattleya walkeriana semi-alba ‘Tokyo nº 1’ e da Cattleya Kenny, reportando-se às walkerianas albas impuras dos Estados Unidos. Registre-se, ainda, um interessante artigo sobre o gênero botânico Tillandsia, de autoria de Nuno Raposo, membro da APO e proprietário da Tillanvis.

Em sua mensagem aos leitores, Graziela Meister, lamenta os transtornos trazidos pela pandemia de Covid-19, que impediu, até agora, a realização de uma nova edição da Exponor, a grande exposição anual de orquídeas de Portugal, que tem como cenário a cidade do Porto. Por outro lado, ela fala da parceria estabelecida com orquidófilos do Brasil, que possibilitou, durante esse período de isolamento social, a organização de vídeo conferências em torno de temas do interesse de todos os amantes das orquídeas.

Orquídeas na Primavera 2020: aberta a mais importante exposição virtual da temporada

A Cattleya intermedia é a flor-símbolo da exposição. (Foto: Sérgio Araujo)

Está aberta, no endereço www.orquidario.org, a exposição virtual Orquídeas na Primavera 2020, uma realização da OrquidaRio e Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Participam desse evento internacional os orquidários Binot, Florália, Itaorchids, Kenji, Mundo da Lua, Orchidcastle, Orquídea & Cia e Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Também estão presentes, além da própria OrquidaRio Orquidófilos Associados, a Associação Orquidófila de São Paulo (AOSP), Associação Portuguesa de Orquidofilia (APO), Associação Orquidófila de Niteroi (ASSON), Círculo Orquidófilo Maricaense (COMAR), Círculo Gaúcho de Orquidófilos (CGO) e San Diego Country Orchid Society (SDCOS).

Em mensagem na abertura da Orquídeas na Primavera 2020, Maria do Rosário Almeida Braga, vice-presidente no exercício da presidência da OrquidaRio, dá as boas-vindas aos visitantes. Na sequência, em sucessivas páginas, cada expositor apresenta uma seleção de fotos de suas mais belas orquídeas. Os orquidários comerciais, por sua vez, disponibilizam endereços eletrônicos onde os interessados podem colher informações e realizar a compra de plantas e insumos.

Outro importante capítulo da programação são as palestras – em vídeos especialmente produzidos – nas quais especialistas falam de seus cultivos, de doenças e pragas, ensinam como cuidar das orquídeas e discutem o importante papel dos orquidófilos na conservação das orquidáceas.

São os seguintes os palestrantes e respectivos temas:

  • Andrew Fogtman, engenheiro agrônomo – “SOS orquídeas: canela seca, como evitar”;
  • Delfina de Araujo, curadora do orquidário do Jardim Botânico do RJ – “Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro: instalações e coleção”;
  • Dulce Nascimento, ilustradora científica formada pela Escola de Belas Artes da UFRJ – “Ilustração Botânica: técnica de aquarela”;
  • Lucas Coelho, biólogo, botânico, consultor e professor convidado da Universidade de Tübingen (Alemanha) – “O papel do colecionador na conservação das orquídeas”;
  • João Araújo, engenheiro agrônomo, professor do Instituto de Agronomia da UFRRJ – “Clínica Vegetal: identificação e manejo das principais doenças e pragas em coleções de orquídeas”;
  • Ricardo de Figueiredo, consultor dos cuidados com as orquídeas – “Substratos”;
  • Vera Lúcia Oliveira Gomes – diretora social da OrquidaRio (2015/2016) – “Orquídeas na quarentena”;
  • Luiz Antônio, médico e orquidófilo – “O meu cultivo de orquídeas na região serrana do Rio de Janeiro”.

Além desse riquíssimo conteúdo, a exposição virtual ainda oferece uma mostra na qual as orquídeas servem como modelo para a confecção de diferentes peças de artesanato. Os artigos expostos estão à venda, podendo ser adquiridos via on line.

Série de lives repassa os principais temas do cultivo de orquídeas

Em papo animado, Pablo e Vanessa deram início à discussão sobre as “regras de ouro”.

Começou sábado, dia 3 de novembro, a série de lives promovida, no Instagram, pelo orquidófilo baiano Pablo Figueiredo (@pabloorquideas). Intitulada “Regras de ouro para o cultivo de orquídeas”, a programação se estenderá até 28 de novembro, com a participação, todo final de semana, de nomes conhecidos nas mídias sociais e respeitados pelo trabalho que desenvolvem no mundo orquidófilo.

Os mais variados temas serão tratados ao longo dessa série, constituindo-se em valioso subsídio para aqueles que dão os primeiros passos no cultivo de orquídeas ou que desejam aprimorar seus conhecimentos e técnicas. A Associação Cearense de Orquidófilos-ACEO estará presente na série através de sua presidente, Michelle Canário, e do diretor de Comunicação, Italo Gurgel.

Na live do sábado passado, mediada por Pablo, a convidada Vanessa Merlyn (@vanmerlyn – www.orquidicas.com.br) discorreu sobre a questão da iluminação nos orquidários, fator essencial, que pode determinar o êxito ou fracasso das florações. Vanessa citou dezenas de plantas, indicando a posição que deveriam ocupar no orquidário de modo a receber maior ou menor incidência de raios solares.

Nos próximos dias, a programação de lives prosseguirá com os seguintes temas:

  • Regas: Michelle Canário (@aceo6270 – www.orquidofilos.com) – sábado, 10/10, 15:00h;
  • Ventilação: Breno Bueno (@brenorquideaejardim) – sábado, 17/10, 15:00h;
  • Padronização de cultivo: Roberto Martins (@roberto_martins68) – sábado, 24/10, 15:00h;
  • Identificação das orquídeas: Leonardo Gariolli (@leonardogariolli) – domingo, 01/11, 15:00h;
  • Organização do orquidário: Italo Gurgel (@aceo6270 – www.orquidofilos.com) – sábado, 07/11, 15:00h;
  • Espécies e suas exigências de cultivo: Reginaldo Vasconcelos (@regivasconcelos3083) – sábado, 14/11, 15:00h;
  • Adubação: Eloisa Militão (@eloizamilitao) – sábado, 21/11, 15:00h;
  • Pragas e doenças: Francisco Deusvando (@franciscodeusvando) – sábado, 28/11, 15:00h.

As fotos da ACEO mais “curtidas” na internet

Alinhamos abaixo as 10 fotos que conquistaram maior número de likes, em agosto, na página da ACEO no Instagram – @aceo6270 Elas aparecem em ordem decrescente de “curtidas”.

O feed da ACEO já reúne quase 1.300 fotos, esperando-se que atinja, este mês, o total de 7.000 seguidores. Em sua quase totalidade, as imagens são de florações obtidas, no Ceará, pelos membros da Associação, o que revela que um grande número de orquídeas pode ser cultivado, com êxito, em nossas condições climáticas.

Segue-se a galeria dos campeões do mês de agosto:

Cattleya walkeriana – Cultivo e foto: Marlene Freitas.
Cattleya amethystoglossa – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Cattleya Portia caerulea – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Blc. Juliana Details – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Brassolaeliocattleya – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya percivaliana – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Cattleya walkeriana – Cultivo e foto: Aloizio de Oliveira.
Lc. Surpresa Rubra (C. labiata x L. pumila) – Cult. e foto: Italo Gurgel.
Bc. Fregoniana (B. perrini x C. guttata) – Cult. e foto: Ademir Vicente.
Cattleya violacea – Cultivo e foto: Herych Ximenes.

Cultivo de orquídeas sob luz artificial em apartamento: relato de experiência

Texto e fotos: Rafael Barbosa
(Psicólogo e orquidófilo nas horas vagas)

Bancada recebe a luz de refletores led.

Quando fui gentilmente convidado a escrever este artigo, pelo Italo Gurgel, diretor de Comunicação Social da ACEO, aceitei após uma certa dose de resistência e indagações. Me perguntei sobre o tipo de contribuição que poderia oferecer à orquidofilia. Bem, vou seguir pelo caminho da transparência a respeito de minhas experiências de cultivo.

Phalaenopsis, primeira aquisição.

Em 2015, comprei minha primeira orquídea, portanto sou um entusiasta novato. Como muitos, minha primeira orquídea foi um híbrido complexo de Phalaenopsis, daqueles sem identificação. Achei-a em um estande de vendas da conhecida feira da Praça das Flores, em Fortaleza. Fiquei imediatamente encantado pela beleza exótica das flores e do vegetal. Segundo a vendedora, elas não necessitavam de tanta luz quanto muitas plantas de jardim, de sol pleno. Isto encorajou-me a levá-la comigo.

Nessa época eu morava em um apartamento e o único espaço que tinha para cultivar era a janela do meu quarto, voltada para o nascente. Há anos havia abandonado as plantas. Comprei a Phalaenopsis por puro impulso. Fora as dicas bem genéricas da vendedora, não tinha a menor ideia de como cultivá-la. Desse modo, a pesquisa sobre os cuidados começou assim que cheguei à casa. Alguns dias depois, acordei com um delicioso perfume semelhante ao de rosas no quarto. Descobri que a recém-chegada também era perfumada, algo um tanto incomum entre os híbridos complexos de mercado. O universo havia armado uma arapuca para mim; fui fisgado também pelo nariz. A princípio a paixão pelas orquídeas se resumiu às Phalaenopsis sem identificação.

À medida que a paixão pela jardinagem crescia, veio o interesse também por outros gêneros de orquídeas e pelas cattleyas, notadamente mais exigentes com relação à luz. Obtive êxito quando meu primeiro híbrido de Cattleya floriu em meu quarto, mantido bem próximo à janela. Queria adquirir mais cattleyas, no entanto era limitado pelo pouco espaço.

Brassavola Little Stars.

A partir desse desejo, minhas pesquisas me conduziram ao cultivo de orquídeas sob luz artificial, prática relativamente comum nos países de clima temperado, porém pouco difundida no Brasil, principalmente no ensolarado Nordeste. O domínio do inglês foi bastante útil nessas horas. Dediquei-me a assistir a vídeos e ler artigos sobre o tema nas mais variadas plataformas da internet: Youtube, fóruns de discussão e páginas sobre o assunto.

Neste momento preciso registrar minha gratidão à disponibilidade e carinho da Luciana, do canal do Youtube “Luciana RR & As Orquídeas na Janela” (Fonte n. 1). Na época ela era a única brasileira à qual tive acesso que divulgava informações em vídeo sobre este modo de cultivo. Trocamos muitas figurinhas sobre o assunto, uma vez que, além das Phalaenopsis, ela obtinha sucesso no cultivo e floração de híbridos de Vandas. Como estas são mais ávidas por luz que as cattleyas, enchi-me de esperanças.

Primeiro refletor led.

Tentarei ser o mais didático e o menos enfadonho possível, até porque minha formação universitária está a léguas – e das náuticas – da agronomia. Sigo a tradição dos acadêmicos da área de Humanas de patinar na Física e na Matemática, então tive um certo trabalho para relembrar e entender o conhecimento por trás do cultivo sob luz artificial.

As orquídeas, assim como as demais plantas fotossintetizantes, evoluíram para desenvolver-se de modo saudável sob a luz do Sol. Quando comecei a pesquisa sobre o assunto, logo aprendi que a luz tem qualidades que podem variar, e o cultivo sob luz artificial trata-se de proporcionar a quantidade e qualidade de luz que favoreça o desenvolvimento saudável e floração das nossas meninas. Por hoje, gostaria de destacar uma das duas variáveis mais importantes para esta modalidade de cultivo: a intensidade da luz.

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Somar para fortalecer – O pensamento da ACEO

A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) é herdeira histórica da antiga Sociedade Cearense de Orquidófilos, entidade fundada em 26 de outubro de 1977. Dela preserva os acervos, a missão, o projeto e a memória, condição lhe confere o status de legítima representante da orquidofilia cearense. No momento, em respeito às normas impostas pela crise sanitária mundial, a ACEO mantém suspensas suas atividades presenciais. Prossegue, contudo, atuando naquelas áreas onde lhe é possível envolver seu quadro de associados, sem expô-lo ao perigo de contágio pelo novo coronavírus. Assim é que realizou recente compra coletiva de orquídeas e um movimentado sorteio, enquanto movimenta seu grupo de WhatsApp e continuamente atualiza o site e a página no Instagram, esta última com 6.200 seguidores na presente data.

Tecemos aqui tais comentários em razão das inúmeras mensagens que a nossa Diretoria tem recebido, desde o surgimento do Círculo Cearense de Orquidófilos e Bomeliófilos, no último final de semana, em Fortaleza. A propósito, esclarecemos que a ACEO não foi comunicada dessa iniciativa, razão pela qual ignoramos os objetivos da nova entidade. Conhecemos, porém, os responsáveis pela criação do CCOB, todos eles pessoas comprometidas com a ACEO, à qual ajudaram a recriar, tendo oferecido, nos anos posteriores, importante contribuição à nossa Associação. Isso nos leva a acreditar que não lhes anima, em princípio, o espírito divisionista, que já se revelou tão maléfico em tantos outros lugares, Brasil afora.

A ACEO continua atuante, forte, prestigiada pelos orquidófilos cearenses e pelos nossos parceiros históricos. É uma entidade que angariou respeito em todo o País e segue aberta à colaboração, porque acredita que, numa comunidade ainda modesta, como é o grupo dos amantes das orquídeas, o mais importante é somar forças, aglutinar as pessoas para potencializar nossa capacidade de nos inserirmos positivamente na sociedade.

Michelle Canário
Presidente da ACEO

Em desfile, as campeãs de likes na internet

A ACEO (Associação Cearense de Orquidófilos) mostra aqui as 30 fotos que receberam o maior número de likes, nos últimos 30 dias, em sua página no Instagram – aceo6270. O nosso feed é atualizado diariamente com novas postagens, mostrando as melhores fotos das melhores flores dos associados. Atualmente, a ACEO tem, naquela rede social, mais de 5.500 seguidores, conquistados ao longo de três anos. Já somam 1.160 as publicações, que revelam toda a riqueza e beleza das orquidáceas, sendo importante destacar que 99% das flores foram cultivadas no Ceará. Segue-se o desfile:

Catasetum galeritum – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Vanda (Rasri Gold x Tubtin Velvet) – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Cattleya labiata ‘Vera Cristina’ x lilás ‘Borges’ – Cultivo e foto: Michelle Canário.
Cattleya aclandiae ‘Rosa dos Ventos’ – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya labiata – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Cattleya intermedia flâmea – Cultivo e foto: Vera Coelho.
Cattleya Virgínia Ruiz x Cattleya granulosa – Cultivo e Foto: Erlon Nojosa.
Catasetum arietinum – Cultivo e foto: Michelle Canário.
Cattleya percivaliana semi alba – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya aclandiae ‘Minha Nega’ – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya purpurata (ex-Laelia Purpurata) – Cultivo e foto: Guaracy Paiva.
Bc. Maikai Louise – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya schilleriana x Cattleya grandis – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya aclandiae albescens – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Cattleya Di Pozzi x Cattleya labiata – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Bc. Pastoral Innocence – Cultivo e foto: Michelle Canário.
Cattleya labiata ‘Suzete Almeida’ – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Brassia Eternal Wind x Miltonia spectabilis – Cultivo: Juliana Coelho / Foto: Everton Almeida.
Cattleya walkeriana ‘São Diogo’ x rubra ‘Caliman’ – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Vanda Kulwadee Fragrance ‘Cream Spot’ – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Blc. Felipe Haje – Cultivo e foto: Michelle Canário.
Ascocenda Golden Down ‘Keri Romani’ – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Catasetum galeritum – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Composição (C. labiata e Blc. Felipe Haje) – Cultivo e foto: Michelle Canário.
Cattleya aclandiae tipo – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Coelogyne flaccida – Cultivo: Juliana Coelho / Foto: Everton Almeida.
Cattleya violacea – Cultivo e foto: Herych Ximenes.
Blc. Juliana Details – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Bc. Maikai Louise – Cultivo e foto: Ademir Vicente.
Rlc. Jaguariúna – Cultivo e foto: Ademir Vicente.