2016 foi um ano atípico (também) em meu orquidário, instalado na cidade de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. O local é um tabuleiro arenoso, a 25m do nível do mar e a 15 km da costa em linha reta. Ventos constantes, temperatura média anual de 23 a 32 graus, e umidade relativa média de 78,8%.
Se, por um lado, o Sertão cearense sofreu com o quinto ano consecutivo de seca, no litoral choveu bastante, no ano que passou. Em abril, uma precipitação de 150 mm, no Eusébio, causou grandes estragos no orquidário, o que me convenceu a mudar sua localização. A estrutura, que ficava na margem de um riacho, foi desfeita e reerguida a curta distância, porém em local mais alto e seguro. Durante os 15 dias da mudança, as plantas ficaram amontoadas e padeceram com a precariedade de sua moradia temporária. Houve perdas importantes.
Apesar do triste episódio, o registro das florações, que faço religiosamente, há vários anos, manteve padrão semelhante ao dos anos anteriores, com uma curva ascendente, que começa em novembro; um pico em fevereiro; e uma curva descendente, com oscilações, que atinge os limites mínimos entre o segundo e o terceiro trimestres. Jamais se passou um único mês sem que houvesse labiatas floridas.
Minha coleção de C. labiata Lindl. está hoje com 170 plantas adultas, das quais 123 lançaram flores em 2016, totalizando 183 florações. O gráfico revela esse desempenho, mês a mês, traduzindo os seguintes números:
- Janeiro – 22 (12,02%)
- Fevereiro – 55 (30,05%)
- Março – 20 (10,93%)
- Abril – 14 (7,65%)
- Maio – 6 (3,28%)
- Junho – 5 (2,73%)
- Julho – 11 (6,02%)
- Agosto – 5 (2,73%)
- Setembro – 10 (5,46%)
- Outubro – 2 (1,09%)
- Novembro – 13 (7,10%)
- Dezembro – 20 (10,93%)
Prof. Italo Gurgel (jornalista, membro da Associação Cearense de Orquidófilos-ACEO)