Doar órgãos é um ato de solidariedade. É também quebrar barreiras do preconceito e amar anonimamente. É dar chance e alegria aos que lutam pelo recomeço de sua vida. Pensando nestes e em vários outros pontos relacionados à doação de órgãos, a Fundação Edson Queiroz lançou, há 10 anos, o movimento “Doe de Coração”, que objetiva fomentar a conscientização pela doação voluntária de órgãos no Ceará. Este ano, a campanha instalou um estande no ambiente do 7º FestOrquídeas de Fortaleza, inserindo o tema da solidariedade e da cidadania na grande festa dos amantes das orquídeas.
“Doe de Coração” sensibiliza a sociedade sobre a temática através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas. Há também a mobilização realizada em hospitais públicos e privados, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na Unifor e em outras grandes entidades e instituições.
De acordo com dados da Central de Transplantes do Ceará, em 2003, primeiro ano da campanha, foram realizados 420 transplantes. Em 2012, o total geral foi de 1.269, 849 a mais, em comparação com o ano de 2003. Atualmente, nosso Estado ocupa o 1º lugar nacional em doação efetiva de fígado por milhão da população, o 2º em doação de coração e pâncreas e o 3º na doação de pulmões.
No Parque Dona Lindu, praia de Boa Viagem, no Recife, o Villaldeia Orquídeas estará expondo de 5 a 15 do corrente mês, entre 8:00h e 20:00h. Sem necessidade de inscrição e totalmente gratuitos, às 10:00h dos sábados (07/12 e 14/12) e domingos (08/12 e 15/12) serão realizados minicursos e oficinas gratuitas sobre cultivo de orquídeas. A ideia é colocar mais flores no Natal dos pernambucanos.
Já em Santa Catarina, a Federação Catarinense de Orquidófilia e o Círculo Orquidófilo de Orleans e Região convidam para o 8º Festival de Orquídeas, que acontecerá, naquela cidade, nos dias 6, 7 e 8 de dezembro. O local é o Centreventos Galeano Zomer, próximo à Rodoviária. No cartaz da exposição, realça a bela Laelia purpurata flâmea ‘Budny’.
Cabo Frio, no Estado do Rio, terá exposição de orquídeas, a partir dessa quinta-feira, dia 5, até domingo, dia 8, no Museu José de Dome – Charitas (Av. Assunção, 855), no Centro da cidade. São as orquídeas invadindo o Corredor Cultural. A realização é do Orquidário Maricaense, com apoio do Charitas.
Lou Menezes (Bióloga, analista ambiental, Chefe do Orquidário Nacional do IBAMA, Coordenadora do projeto Orquídeas do Brasil, do IBAMA-Brasília)
No mundo misterioso das florestas tropicais encontram-se as chamadas ilhas de dispersão das espécies, que na verdade são refúgios de plantas e animais que não se repetem ao longo de todo o território dominado por tais florestas. Esta ocorrência implica a necessidade e urgência do tombamento dos remanescentes florestais, única maneira de se preservarem amostras típicas dessas florestas. O desaparecimento de ecossistemas tem dizimado populações de orquídeas e levado à extinção de milhares de outras espécies vegetais.
De uma maneira geral, grande parte das florestas brasileiras encontra-se numa situação tão alarmante quanto desoladora. Muitas não só foram quase totalmente erradicadas, como as que ainda permanecem apresentam-se rarefeitas em face da retirada sistemática de madeiras do tipo nobre ou madeiras de lei, motivo pelo qual tais matas são denominadas de “catadas”.
Possuidor das maiores florestas tropicais da Terra, o Brasil não tem propriamente uma ciência, uma tecnologia, uma tradição florestal capaz de conciliar as necessidades de ordem social-econômica e demográfica do país com a imperiosa urgência que implica a preservação e conservação de nossos recursos naturais. Urge que uma política ambiental efetiva se desenvolva além da que existe, que parece tímida diante das necessidades do país em desenvolvimento para o Primeiro Mundo.
As derrubadas e queimadas que devastaram as matas nativas no Sul brasileiro alcançaram o Sudeste, o Centro-Oeste, o Nordeste e que hoje consomem a Floresta Amazônica, são responsáveis pela formação de grandes áreas áridas, um passo para a formação de grandes desertos. O bioma Cerrado sofre um processo de devastação ambiental aterrador e incontrolável. O crescimento da ocupação agrícola, notadamente voltada para os plantios de soja, cana-de-açúcar e milho, criação de gado em harmonia com a formação de grandes áreas de pastagem, culminando com os intensivos processos de urbanização descontrolada, além de gigantescas represas para a formação de usinas hidroelétricas, são responsáveis pela drástica redução não só do Cerrado mas também de outros biomas.
O cientista e ambientalista inglês James Lovelock, criador da hipótese de Gaia, com base nos estudos de Lynn Margulis, para explicar o comportamento sistêmico do planeta Terra, visto como um superorganismo, diz que “um organismo que afeta o ambiente de maneira negativa acabará por ser eliminado. O aquecimento global foi provocado pelo homem e, por isso, corremos o risco de extinção. Até 2100, é provável que 80% da humanidade desapareça.”
Apesar da criação de grandes áreas protegidas pelo Governo brasileiro, totalizando 75.455.784 hectares em todo o Brasil, sendo 5.415.360 hectares do bioma Cerrado, a preservação se faz em progressão aritmética, enquanto a depredação segue em progressão geométrica. Nosso grande desafio é equilibrar o desenvolvimento sustentado com a preservação ambiental. Assim mesmo, para alguns cientistas, já seria tarde demais para que o desenvolvimento sustentado fosse aplicado, o que deveria ter sido feito 200 anos atrás, quando a população da Terra era de 1 bilhão de pessoas.
Nesse mesmo diapasão, dizem que a perda da biodiversidade é apenas um sintoma de pouca biodiversidade. No que diz respeito às ameaças e recuperações dos paraísos das orquídeas, o trabalho a ser feito para preservação desses maravilhosos organismos depende quase que exclusivamente do empenho e determinação de seus aficionados, que para tal deveriam seguir os mandamentos baseados nas seguintes premissas:
Abolir a prática predatória da coleta, por meio da fiscalização dos habitats, levando-se em consideração que cada um cumpra com seu dever, e que a omissão implica a convivência com o processo depredatório.
Demanda zero na compra de orquídeas nativas oferecidas pelos mateiros e comerciantes ilegais de orquídeas.
Introdução de espécies nos habitats depredados e de onde elas foram originalmente retiradas e de onde nunca deveriam ter saído.
Implantação de programas de educação ambiental nas entidades orquidófilas.
Manejo seletivo nas populações visando à melhoria genética das espécies.
No que diz respeito às cattleyas consideradas joias do Nordeste brasileiro, a obrigatoriedade da criação de áreas de conservação ambiental para habitats de Cattleya granulosa, Cattleya labiata e Cattleya leopoldii. No caso específico da granulosa, o extermínio que a espécie está sofrendo, com a destruição de seus habitats litorâneos no Estado do Rio Grande do Norte, com a implantação intensiva e desordenada de condomínios, um paliativo seria também deixar ilhas de vegetação nativa de Cattleya granulosa e orquídeas associadas nas áreas de condomínios, funcionando como jardins naturais.
O Seminário de Orquidofilia e Orquidologia foi o momento culminante da programação que se desenvolveu, na Casa de José de Alencar, durante todo o 7º FestOrquídeas de Fortaleza, realizado de 22 a 24 de novembro/2013. A promoção da Associação Cearense de Orquidófilos-ACEO recebeu apoio da Universidade Estadual do Ceará-UECE, através da Pró-Reitoria de Extensão, que fez entrega dos certificados aos participantes.
O Seminário trouxe a Fortaleza o engenheiro, pesquisador e grande cultivador de orquídeas José Alexandre Martins Maluf; a engenheira florestal e diretora do Orquidário do IBAMA, em Brasília, Lou Menezes; e o orquidólogo, engenheiro agrônomo e mestre em Solos e Nutrição de Plantas, Marcus Locatelli. As palestras foram atentamente acompanhadas por um público dos mais participativos. Os palestrantes discorreram sobre os seguintes temas:
“Princípios básicos para o cultivo de Cattleyas brasileiras” – José Alexandre Maluf (São Paulo-SP)
A Associação Cearense de Orquidófilos-ACEO fez entrega, a duas instituições filantrópicas de Fortaleza, dos donativos arrecadados durante o 7º FestOrquídeas. Conforme havia sido anunciado, o produto das doações dos visitantes – leite em pó e outros alimentos não perecíveis – foi partilhado entre o Abrigo Tia Júlia e o Instituto Cristo Rei. Ambas as entidades acolhem um grande número de crianças e adolescentes, necessitando, continuamente, de ajuda da sociedade para se manter.
Os alimentos foram entregues, às diretoras do Instituto e do Abrigo, por representantes da ACEO. No Cristo Rei, a diretora de Eventos, Juliana Coelho, e a associada Teresinha Gomes foram recebidas por Dona Gersila Rodrigues. No Tia Júlia, a ACEO esteve representada novamente por Teresinha e Juliana, além de duas outras componentes da Diretoria – Elza Ferreira e Michelle Canário – tendo repassado as doações à diretora Soraya.
Somente algumas subiram ao pódium, até porque não havia prêmio para todas as flores presentes ao 7º FestOrquídeas. Mas, nos três dias da exposição (de 22 a 24 de novembro/2013), elas despertaram a atenção dos visitantes, que se encantaram diante de sua beleza e variedade, que as fotografaram sob todos os ângulos e que hoje distribuem estas imagens por todos os espaços da internet. Seguem-se as fotos de algumas das flores que participaram da mostra na Casa de José de Alencar, em Fortaleza:
Durante todo o 7º FestOrquídeas, uma planta despertou especial interesse entre os visitantes da exposição. Tratava-se de uma bela Phalaenopsis, impecavelmente alba, escolhida pela Associação Cearense de Orquidófilos para animar uma rifa. Dezenas de “pontos” foram vendidos ao longo da mostra. Domingo, dia 24, no final do evento, em presença de diretores da ACEO, foi feito o sorteio. Para proceder à retirada do bilhete premiado, convidou-se o diretor técnico do Frutal, engenheiro agrônomo Erildo Lemos Pontes, que acabara de chegar ao local. A felizarda foi a Srª Maria de Fátima Alves de Albuquerque, residente no Iguape. Imediatamente, a ACEO comunicou-lhe, por telefone, o resultado do sorteio e, no dia seguinte, ela compareceu à casa da presidente Vera Coelho para receber a planta. Obviamente, não cabia em si de tanta felicidade.