Encerrou-se domingo, dia 25, em Natal-RN, a 5ª Bienal de Orquídeas do Nordeste, realizada paralelamente à 27ª ExpoSORN. O evento reuniu associações orquidófilas de toda a região, propiciando o reencontro de pessoas que têm como principal elo o amor pelas orquídeas e que, nesse ambiente, já construíram sólidas amizades.
A 5ª Bienal resultou do esforço de um pequeno grupo de orquidófilos natalenses, que se empenhou em honrar o compromisso de abrigar a exposição. Em todos os detalhes, a exposição revelava o zelo e o bom gosto dos responsáveis.
O orquidário comercial Flores do Lago esteve presente, com um grande número de espécies e híbridos, que fez a alegria do público visitante. Na área da exposição, realçava a presença da Cattleya granulosa, a bela espécie nordestina que tem sua maior área de dispersão no Rio Grande do Norte.
A Cattleya Le Czar foi escolhida como símbolo da exposição. Ela representaria a união da orquidofilia regional, uma vez que as duas espécies que dão origem a esse híbrido primário – C. granulosa e C. labiata – se constituem nas únicas Cattleyas nordestinas, estando presentes (uma ou o outra, ou mesmo ambas) em uma ampla área do Nordeste.
Os esforços dos que fazem a Associação Orquidófila do Rio Grande do Norte foram recompensados pelo ambiente de congraçamento que conseguiram criar. A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) compareceu com uma representação formada pela atual presidente, Michelle Canário (que participou da comissão julgadora), e por três ex-presidentes – Italo Gurgel (que proferiu palestra), Vera Coelho e Juliana Coelho. Todos procuraram ajudar no que fosse necessário, exercitando o espírito da convivência harmoniosa que deve prevalecer entre os que cultivam orquídeas. Michelle aproveitou a ocasião para estabelecer contato com os dirigentes das demais associações nordestinas, tendo distribuído, entre eles, souvenirs da ACEO.
Em sua intervenção no ciclo de palestras, o professor Italo Gurgel se afastou dos temas técnicos e contou estórias do mundo das orquídeas. Falou dos exploradores europeus do Século 19, que levaram para seus países enormes carregamentos de orquídeas brasileiras, e narrou fatos relacionados a uma seleção de 10 Cattleyas consideradas “clássicas”. Também exortou as associações orquidófilas nordestinas a marcarem condignamente, daqui a dois anos, o bicentenário da Cattleya labiata, que foi descita pelo inglês John Lindley em 1821. Durante todo o evento, ele autografou a “Cartilha de Cultivo de Orquídeas”, de sua autoria, elaborada, em princípio, para distribuição entre os membros da ACEO.
No último dia da Bienal, realizou-se uma mesa redonda da qual participaram representantes de todas as entidades orquidófilas da região. Michelle Canário congratulou-se com a SORN pelo sucesso do evento e narrou, em poucas palavras, os esforços desenvolvidos pela ACEO, nos últimos 12 anos, para soerguer a orquidofilia no Ceará. Disse do trabalho desenvolvido visando à conscientização, ao combate ao comércio de orquídeas retiradas do ambiente natural e à conservação de todos os ecossistemas onde ocorrem nossas orquídeas. Referiu-se às parcerias que têm sido feitas para ampliar o raio de atuação da entidade, e, por fim, enfatizou a necessidade de as associações nordestinas se unirem visando ao fortalecimento de todas elas.
Segue-se seleção de fotos de orquídeas: na exposição e no orquidário comercial: