A bióloga e engenheira ambiental Apolônia Grade, de Alta Floresta, Mato Grosso, é a entrevistada do Boletim ACEO de fevereiro (2008). Em conversa com Vera Coelho, ela fala sobre como cuida de suas plantas, na Chácara Recanto das Orquídeas, um verdadeiro templo da devoção à natureza.
ACEO – Morar num “paraíso” é desejo de muitos e privilégio de poucos. Conte-nos como o seu paraíso aconteceu.
Apolônia Grade – Eu costumava brincar, dizendo que enquanto os outros se preocupam em garantir o paraíso na próxima vida, eu busquei o meu agora. Mas Hoever me proibiu, dizendo: “Olha, o Paizão lá em cima pode levar isso a sério, e aí…” Parei com a brincadeira! O paraíso não veio de graça, foi construído dia-a-dia, com muito trabalho, muito suor. Quem conheceu a chácara antes da nossa chegada sabe testemunhar o quanto de trabalho foi necessário para que a transformação acontecesse. O importante é que aconteceu, e toda a família curte muito, junto, trabalha junto, e o que de melhor temos aqui é a harmonia.
ACEO – Hoje você tem uma grande diversidade de plantas, principalmente cactos e orquídeas. Como nasceu o “Recanto das Orquídeas”?
AG – Com uma orquídea ganha após o nascimento da Everana, que tem hoje 15 anos. E essa orquídea, uma Cattleya forbesii, agora já multiplicada, distribuída em muitos vasos, caxepôs, nas árvores, tinha sido antes roubada de uma amiga, que, ao vê-la, reconheceu. Foi o maior mico! Tinha sido roubada da chácara dela por um menino, irmão de quem posteriormente me presenteou. Mas, resolvido o caso do furto, a amizade continua e até hoje trocamos plantas. Dessa primeira para o número de 100 plantas, foram mais ou menos uns dois anos. E nunca mais esse número estacionou. Continua subindo… cactos, suculentas, bromélias, antúrios, helicônias vieram numa seqüência que nem deu para perceber.
ACEO – Você é conhecida no mundo orquidófilo por ter “dedo verde”. Algum motivo para tal?
AG – Gosto de cuidar das plantas, cuidar mesmo, cuidar a ponto de receber plantinhas quase mortas e fazer a recuperação delas. Pegar uma planta de cultivo difícil, como os cactos do Chile (lugar frio) ou orquídeas rupícolas (Laelias mineiras) e descobrir uma maneira de driblar as adversidades, fazê-las viver, conseguir flor… A coleção de cactos aumentou muito, graças à técnica de mini-estufa de semeadura, que desenvolvi com pequenos potes transparentes, de 250 ml, hermeticamente fechados. Hoje, a Chácara Recanto das Orquídeas se orgulha em possuir a maior coleção particular de cactos e plantas desérticas do País, aberta à visitação, e de ter feito a primeira mostra do Estado de Mato Grosso, em setembro de 2007. Na verdade, é a dedicação que faz a diferença.
ACEO – Como surgiu a idéia de fazer um orquidário flutuante, talvez o único do mundo?
AG – A vida no Paralelo 13 pode ser muito seca! Temos chuvas de novembro a abril, mas nos meses de junho, julho, agosto e setembro, a umidade relativa do ar cai tanto que até respirar fica difícil. Quando andamos na mata, somente encontramos orquídeas às margens dos rios, riachos, córregos. Observando a natureza, concluímos que devíamos aproveitar melhor o lago que contorna a chácara. Fomos deixando as idéias fluírem e acabamos construindo o mais funcional de todos os orquidários possíveis: flutua sobre o lago, sobe na cheia, desce na seca, mas tem três quesitos fundamentais: muita luz, excelente ventilação e umidade constante, mas controlada. E o melhor: nunca mais um botão, um broto ou uma raíz de orquídea apareceu roído de lesma ou caramujo.
ACEO – Seu sonho de encontrar a Cattleya violacea alba já foi realizado?
AG – Já cheguei na semi-alba estriata, graças ao Papai-Noel do Espírito Santo (Alek, do Orquidário AWZ) e de Roraima (minha amiga Tereza Anater), mas o sonho da alba continua. E como é acalentador termos um sonho que nos impulsiona a correr atrás dele! Precisamos ter sempre um sonho a mais. É o combustível que alimenta a esperança.
ACEO – Como bióloga e educadora ambiental, que mensagem você nos deixa?
AG – A natureza, mãe de todas as vidas na terra, não nos deu poderes especiais sobre os outros seres. Precisamos ser humildes, respeitando tudo o que está ao nosso redor, seja vegetal ou animal. Não é por termos medo de aranha que devemos sair por aí matando todas, ou sapos, ou o que seja. Cada vida tem o seu valor. Obrigada pela oportunidade de falar com você, e um imenso abraço a todos os orquidófilos cearenses. Amo sua terra maravilhosa!
Moro na região de Maringá no Paraná, uns 40 quilômetros de Maringá exatamente, vcs conhecem nesta região alguma associação de orquidófilos, da qual eu possa fazer parte?
Dulce,
Tenho conhecimento de associações em Curitiba – Associação Cultural de Orquidófilos – tel. (41) 3272.5732; a Sociedade Paranaense de Orquidófilos – tel. (41) 3256.2708; O Círculo Norte-Paranaense de Orquidófilos – tel. (43) 3321.1237 e o Círculo Orquidófilo de Ponta Grossa – tel. (42) 3224.6818.
Entre em contato com uma dessas e pergunte se tem em Maringá.
Abraços,
Moro em Fortaleza. Como faço para fazer parte
da ACEO? Um abraço e obrigada.
Neire
Neire,
Nos reunimos no terceiro sábado de cada mês na Casa de José de Alencar, em Messejana, a partir das 15h. Para fazer parte basta se inscrever, participar e contribuir com uma mensalidade simbólica. Será um imenso prazer recebê-la no seio da associação. Aproveito faço-lhe um convite: nos dias 07, 08 e 09 de março, neste final de semana, estaremos no Shopping Del Passeo com o evento “II Orquídeas de Março”. Apareça lá, nos procure. Abraços, Vera Coelho
Comprei uma violeta e dois mini-cactos e preciso aprender a cuidar deles, pode me ajudar?. Moro em apartamento com a frente para o poente, a casa é bem clara e arejada, onde devo deixar minhas plantinhas?.
Valtercia, já cultivei violeta e sei que seu segredo é sombra e pouca água. Aliás você só molha a terra, nunca as folhas. Pode ser cultivada na mesinha da sala ou no alpendre, desde que não pegue sol direto. Cactos é também a minha paixão. Tenho vários e cultivo-os diretamente no sol. Precisa de substrato arejado, 60% de areia grossa e 40% de terra preta. Use pedrinhas no fundo do vaso para ajudar na drenagem. Procure aduba-los pelo menos uma vez ao mês. Vera Coelho
Hi Vera;
Ganhei uma linda orquidea e a mesma durou uns 6 meses, Recentemente comprei uma outra que infelismente, mesmo com os cuidados requizitados acabou morrendo. Seria por ter proximo a janela e com o inverno terrivel que tivemos a planta pereceu… Mesmo estando a mesma dentro de casa com aquecimento controlado. Poderia me dizer ou melhor algum conselho p/que minha proxima compra nao pereca tao facilmente. Grata, nilza