Texto e fotos de Italo Gurgel (Jornalista, Diretor de Comunicação da ACEO)
A menos de 40 quilômetros de Fortaleza, a Prainha é um dos cartões postais da Região Metropolitana da capital cearense. É ali, bem no alto de um morro bafejado pela brisa do mar, que Adailson Rabelo cultiva suas orquídeas. São cerca de 500 vasos espalhados por diversos recantos do jardim. Dentre eles, sobressaem as Vandas, claramente as preferidas de Adailson, que está sempre fazendo novas aquisições. No total, 160 touceiras de vandáceas – entre pequenas, grandes e gigantescas – enfeitam os diferentes recantos daquele pequeno paraíso, que recentemente tive a felicidade de visitar, ao lado de minha esposa, Tereza.
Adailson familiarizou-se com as orquídeas já quando criança, pois os irmãos, com quem morava em Messejana, cultivavam labiatas e outras espécies. Um dia, ele começou a adquirir suas próprias plantas. Já adulto, mudou-se para São Paulo, onde foi morar na serra da Cantareira, cuja natureza exuberante o inspirou a retomar o hobby. E a coleção não parou mais de crescer.
De volta a Fortaleza, Adailson instalou-se na Prainha. Construiu uma bela casa, com piscina e um largo deck debruçado sobre a paisagem, e transformou o jardim em um bosque. Nasceu assim o cenário onde hoje se distribui um grande número de espécies, que disputam espaço com as touceiras de Vandas, cujo vigor está bem visível no emaranhado de longas e verdes raízes. Estas são adquiridas, principalmente, em um orquidário da Bahia, que regularmente envia novos lotes. Adailson também costuma ser presenteado por um amigo decorador, que lhe repassa as touceiras, quando desfaz o “décor” de algum evento enfeitado com orquídeas.
As plantas são viçosas e sadias, denotando um cuidadoso regime de regas e adubações. As Vandas, adubadas semanalmente, ele irriga até três vezes ao dia. Algumas delas repousam acima de um pequeno espelho d’água, que incrementa a umidade do ar. As demais plantas recebem jato d’água quando um rápido exame, com o dedo, revela que o substrato secou. Tais cuidados são muito importantes num local constantemente varrido pelos ventos, que, nos meses de agosto e setembro, chegam muito fortes e com baixíssima umidade. Destaque-se que o chão está coberto de folhas secas, às quais Adailson agrega casca de coco desfiada. Assim, se forma uma camada de material orgânico que tanto serve para adubar as árvores como para manter um microclima adequado às orquidáceas.
A adubação é simples: fertilizante foliar (NPK 20-20-20), ou então um desses adubos de diluição lenta, que é reposto a cada quatro meses. O uso de defensivo natural garante proteção e equilíbrio biológico. Por sua vez, o fungicida é aplicado, preventivamente, de dois em dois meses. Nada mais. O resultado são plantas extraordinariamente sadias, onde não se enxerga uma mera cochonilha. Um cuidado básico, revelado por Adailson, diz respeito à aplicação de defensivos em toda nova planta que se agrega ao orquidário. Assim, não entram pragas naquele ambiente.
No mais, acrescente-se uma necessária dose de amor às Vandas, às orquídeas de um modo geral, e à natureza, pois não são somente as orquidáceas que enfeitam o jardim praiano, mas também cactos, suculentas, bromélias, flor do deserto e muitas outras espécies de plantas ornamentais. Ao final, o que se observa é uma convivência harmoniosa entre as plantas… e entre as pessoas.
Segue-se pequena amostra das flores que enfeitam o paraíso praiano de Adailson, com destaque para as Vandas:
Realmente é lindo!
De parabéns o Adailson!
Um espetáculo!!!!
Excelente matéria Prof. Ítalo!
Eu e as orquídeas já estamos no pódio com essa matéria tão bem elaborada de escrita e detalhes engrandecedor.
Espero que venhamos a motivar outros para exaltar suas orquídeas e a nossa associação ACEO e estimular mais orquídeas em nossas exposições.
Acredito que em alguns anos todos os associados estarão com um bom número de excelentes orquídeas, e poderamos fazer mais bonito a cada ano.
Ítalo!!!
Gracias por tanta belleza. Ya estamos acostumbrados al buen material que nos brindas…
Muchas Gracias.
Desde Salto, Uruguay
Carlos María LORENZO
Realmente! Quem teve o privilégio de visitar o orquidário do Adaílson concorda com tudo que o prof. Italo escreveu. Muito lindo!
Excelente artigo, como é do seu feitio caro Italo. E não poderia ser diferente com a maravilhosa coleção de nosso companheiro Adailson que descobri na ultima reunião ser meu vizinho. Quando estava na Prainha tambem tinha excelentes plantas, mas a minha mudança afetou de forma profunda minhas queridas. Estou me esforçando para retornar ao meu cultivo, se Deus quizer eu e Tania estaremos com nosso pequeno jardim repleto de novas amigas.