Marcelo Vieira Nascimento é geólogo, tem especialização em Botânica de Plantas Ornamentais e mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, é vice-presidente da Federação Orquidófila de Santa Catarina. Conversando com a presidente Vera Coelho, ele falou de seu orquidário e de sua atuação no campo da Orquidofilia.
Vera Lúcia Matos Coelho – Fale, inicialmente, de seu orquidário.
Marcelo Vieira Nascimento – Meu orquidário, de 400 m2, pode ser considerado uma semiestufa. As paredes laterais têm sombrite com 50%, na cor preta. A altura total (1o pé direito) é de cinco metros. É onde está instalada a cobertura final, na forma de semiarco, coberta com plástico semileitoso, para filtrar os raios solares. A três metros (2o pé direito) do piso do orquidário foi colocado um sombrite com 70%, na cor preta, cobrindo toda a área. O piso é todo de brita 3/4. Abaixo desse piso, mandei fazer um sistema de irrigação (subterrânea), que é ligado durante o verão e somente a cada três dias, mantendo assim a umidade do orquidário, sem molhar as plantas. Acima do primeiro pé direito, há um sistema de irrigação programada para as orquídeas, que é acionado automaticamente, a cada estação do ano, formando uma nuvem úmida. A água usada no orquidário é exclusivamente de chuva, que é acondicionada em reservatório de 3.000 litros, que abastece três caixas d’água de 300 litros, cada uma com uma função específica: a primeira para regar, a segunda para adubar e a terceira com inseticida e fungicida, que são usados em dias diferentes.
VLMC – Pela descrição, seu orquidário é um sonho… Algum outro detalhe que deixou de mencionar?
MVN – No interior do orqui-dário, mandei construir um lago de 50 m2, com uma grande variedade de peixes ornamentais e plantas aquáticas, proporcionando uma boa umidade ambiente.
VLMC – Que nome deu ao orquidário?
MVN – Por minha formação religiosa e prestando uma homenagem ao antigo nome do Município, dei-lhe o nome de Nossa Senhora do Desterro.
VLMC – Com um orquidário como esse, com certeza tem ótimas espécies.
MVN – Sim, tenho 6.500 orquídeas, na sua maioria espécies, como Cattleya, Laelia, Vanda e microorquídeas.
VLMC – Daria para revelar as preferidas?
MVN – A Cattleya walkeriana e a Cattleya schilleriana são as minhas preferidas, por terem flores menores e que duram mais tempo.
VLMC – Algum orquidófilo o influenciou na Orquidofilia?
MVN – Desde os 10 anos de idade, tive contato com grandes nomes da Orquidofilia, como o Prof. Nereu do Vale Pereira, Antonio Laras Ribas, Pe. Raulino Reitz, Cláudio Dechamps e Francisco Miranda. Desde então, me dediquei ao estudo dos livros, começando com “Orquídeas – Guia do Orquidófilo”. Hoje, tenho 1.500 em minha biblioteca.
VLMC – Como funcionário público, de que forma contribuiu na Orquidofilia de seu Estado?
MVN – Contribuí dando redação às leis que foram aprovadas, como a Lei no 6255, de 21 de junho de 1983, que considera a Laelia purpurata a flor símbolo de Santa Catarina; a Lei no 8479, de 20 de dezembro de 2010, que instituiu o Dia Municipal do Orquidófilo, a ser comemorado anualmente, no dia 22 de junho; e a Lei no 8469, de 09 de dezembro de 2010, que denominou de “Antonio de Lara Ribas” o orquidário municipal de Florianópolis.
VLMC – Algum projeto para este ano, que possa adiantar?
MVN – Por trabalhar na Prefeitura Municipal de Florianópolis, onde exerço minhas atividades no Bosque Pedro Medeiros, uma área de Mata Atlântica, estamos desenvolvendo vários trabalhos, como um pequeno orquidário, um observatório de pássaros e a reintrodução de 1.500 orquídeas. Vamos transformá-lo no Bosque das Orquídeas.
Att. ACEO,
Quero parabenizar a ACEO pela entrevista, e dizer ao Sr Marcelo Nascimento que fiquei feliz em saber do seu carinho com as nossas Orquídeas.
Parabens!
Abraços,
Jorge
Que lindo este trabalho que voce está fazendo!
Parabens!
Abraços!